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Cultura

Roma, cenário de “A grande beleza”

Depois de quinze anos de jejum, a Itália voltou a ser premiada com a cobiçada estátua do Oscar.

Dessa vez, o premiado não foi Roberto Benigni, mas o cineasta Paolo Sorrentino que, com “A Grande Beleza” (The Great Beauty), conquistou o título de melhor filme estrangeiro.

Para quem ainda não o assistiu, o filme é ambientado em Roma e o seu protagonista é Toni Servillo.

O ator interpreta o personagem de Jep Gambardella, um homem de meia-idade que desde o sucesso de seu primeiro e único romance, “O Aparelho Humano”, escrito décadas atrás, leva uma vida frívola e ociosa.

Por que um filme com essa trama, cujo ator é um sexagenário, deveria aguçar a sua curiosidade?

A Grande Beleza

Digamos que além de poder contemplar alguns cenários da capital, “A Grande Beleza” expõe sem pudor, diante dos olhos do público, uma faceta de Roma desconhecida pela maior parte dos turistas: aquela de uma entediada cidade burguesa, caracterizada por círculo de pseudo-amigos influentes, na qual política e espetáculo caminham de mãos dadas. Uma Roma cínica e desiludida, incapaz de surpreender-se que evoca em nossa memória alguns aspectos de A Doce Vida, de Fellini.

Atrás das portas de casas da alta sociedade romana esconde-se um estilo de vida hedonista, mundano, mas estéril.  Jep é uma espécie de flâneur ou bon vivant, como diriam os franceses, que ao completer 65 anos de idade recebe a notícia da morte de seu grande amor.

A partir de então, relembra a inocência de sua juventude e começa a interrogar-se sobre o porque, apesar das aparências, é um homem melancólico e desiludido.

Ele perambula pelas ruas da capital procurando um sentido para uma existência de sabor agridoce e durante o filme você poderá observar lugares como o Gianicolo, que oferece uma das vistas mais espetaculares da cidade.

cinema em Roma

Em uma de suas cenas iniciais, reconhece-se o o canhão que, desde 1847, graças a uma iniciativa de Papa Pio IX, dispara para avisar a todas as igrejas que deveriam tocar os sinos ao meio-dia em ponto.

O protagonista também passeia pelas margens do Tevere, diante do palazzo Pamphili, na Piazza Navona, e Palazzo Sacchetti, na elegante Via Giulia.

No filme também observam-se as colunas 284 colunas dóricas projetadas por Bernini na Piazza San Pietro, a magnífica Villa Torlonia, os jardins de Villa Medici e outros lugares de prestígio como a chamada Galleria Spada.

Localizada na Piazza Capo di Ferro, pertinho de Campo de Fiori, o local abriga obras como a galeria com a falsa perspectiva, de Borromini, mas Galleria Spada também é a sede do Conselho de Estado italiano, aberto ao público somente no primeiro domingo de cada mês.

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Outro lugar contemplado no filme é Palazzo Altemps, sede do Museo Nazionale Romano e suas esculturas.

Enfim, “A Grande Beleza” é um convite para ver ou rever as maravilhas da cidade eterna e viajar um pouquinho, nem que seja só com a imaginação.

Fotos: Divulgação

This article has 1 comment

  1. Fabio Pastorello

    Adorei o post. Estive na Fontana Dell’Acqua Paola, mas queria ter visitado muito mais lugares guiado pelo filme.

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