Diário

Aposentados italianos em Portugal

O que te convenceria a mudar definitivamente de país? Afinidade cultural? Vantagens fiscais?

Hoje de manhã estava comentando com uma amiga que mora em Portugal uma inversão de tendência.

Ontem, li uma reportagem publicada ontem pelo jornal Corriere della Sera sobre a decisão do primeiro-ministro português, Antonio Costa, de não manter o regime fiscal que atraiu inúmeros aposentados estrangeiros, mas, indiretamente, inflacionou o mercado imobiliário nacional. Segundo a Fundação Francisco Manuel dos Santos, entre 2012 e 2021, os preços dos imóveis subiu cerca de 78%, enquanto em outros países da União Europeia o aumento médio foi de 35%. Outro fator decisivo para essa curva ascendente foram os aluguéis de breve temporada para turistas.

A medida, que deve entrar em vigor em 2024, não será retroativa. Costa sublinha que seria uma “injustiça fiscal” continuar facilitando o ingresso dos chamados moradores não habituais, aqueles que residem pelo menos seis meses por ano em Portugal.

Quantos italianos da terceira idade optaram por Portugal? De acordo com o INPS, mais de 7 mil aposentados italianos se mudaram para cidades como Lisboa, Porto ou na região do Algarve. Um acordo assinado entre 1976 entre Lisboa e Roma permita um regime de isenção de impostos duplos. Assim, os expatriados italianos pagam impostos somente em Portugal (10% por 10 anos), aproveitando um custo de vida inferior àquele de muitas metrópoles italianas.

No último verão estive na Albânia e encontrei mais de um italiano aposentado que decidiu mudar-se definitivamente para lá, já que é garantida a isenção total para as aposentadorias de estrangeiros que reside no país por pelo menos um semestre por ano. Elemento determinante na escolha é o fator econômico. Entre aluguel e contas, a margem para economizar é bem pouca.

Na fase da vida na qual, geralmente, as pessoas buscam estabilidade e certezas, expatriar comporta jogo de cintura e flexibilidade. Você teria essa coragem? O que colocaria na balança para tomar essa decisão na terceira idade?

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