
Visitando as atrações nos arredores da Praça de São Marcos em Veneza
Provavelmente, a Piazza San Marco é o primeiro lugar que imaginamos quando o tema é Veneza. O sestiere mais antigo da cidade, no passado coração da potente república marítima, ainda hoje abriga a praça homônima considerada uma sala de estar a céu aberto.
Acredito que poucos lugares do mundo competem de igual para igual com a beleza da Praça de São Marcos. Mesmo quem já esteve na cidade mais de uma vez não consegue ficar indiferente a um triunfo de edifícios históricos, obras de arte, pórticos, à detalhes como a orquestra nas cafeterias ou as figuras dos mouros que acionam o sino da torre do relógio.
O acesso mais cenográfico à praça é aquele de quem chega da laguna, mas se você estiver a pé também não ficará decepcionado. À primeira vista, o olhar se perde entre tantas atrações como o Palazzo Ducale, a Biblioteca Nazionale Marciana, o Campanário, a Torre do Relógio e a Basílica de São Marcos.
Diante de tanta beleza a gente chega a ficar desorientado. Para não perder tempo, chegue cedo à praça e compre antecipadamente os ingressos para visitar as atrações de seu interesse.
A Basílica de São Marcos abre suas portas às 9:30 (às 14h nos domingos e feriados). O ingresso é gratuito mas algumas visitar algumas atrações em seu interior, como o Museo di San Marco, o Tesoro (uma coleção de peças bizantinas de ouro e prata, relíquias e objetos litúrgicos) ou a chamada Pala d’oro (retábulo de ouro recoberto de pedras preciosas), custam respectivamente 5, 3 e 2 euros por pessoa. Também vale a pena saber que de 1 de abril a 2 de novembro é possível reservar a sua entrada (por 3 euros), evitando a fila.
Antes de entrar na basílica, não deixe de contemplar as suas cinco cúpulas (uma delas tem 43 metros!), as suas arcadas, mármores, os mosaicos coloridos e as réplicas das esculturas de quatro cavalos (Quadriga) trazidos de Constantinopla durante as Cruzadas.
Entrando, o primeiro impacto é com os mosaicos dourados, uma verdadeira ostentação da riqueza da cidade e que funcionavam como uma espécie de livro ilustrado do antigo e novo testamento.
A Basílica de São Marcos é a expressão máxima da ligação de Veneza com o Oriente e de um passado no qual a Serenissima dominava o mediterrâneo. O nome de São Marcos provém da relíquia do santo; figura extremamente importante para as igrejas católica, ortodoxa e copta. São Marcos era considerado o patriarca e primeiro bispo da antiga Alexandria, no Egito, e o seu corpo foi transportado por dois comerciantes até Veneza. Para realizar essa operação sem serem notados, eles colocaram o corpo do santo em uma cesta e o cobriram com carne de porco. Isso porque esse tipo de carne não podia ser tocada ou inspecionada pelos muçulmanos.
Depois da basílica, um programa imperdível é subir no Campanário de São Marcos. Com um elevador você alcança o topo do monumento de 99 metros de altura e terá uma vista incrível da cidade, admirando do alto o seu labirinto de calli. Acredita-se que ali Galileu teria demonstrado o seu telescópio ao doge Leonardo Donà.
Lembre-se de comprar com antecedência o ingresso para o campanário. Em seguida, dedique alguns momentos para contemplar os inúmeros detalhes da chamada Torre dell´Orologio, construída entre 1496 e 1499 e que além de indicar o dia e a hora também mostra as fases lunares e os signos do zodíaco.
No alto da torre, duas estátuas em bronze (os mouros) batem no sino para marcar as horas e logo abaixo fica o leão alado de Veneza com a pata sobre o evangelho de São Marcos. Observe ainda as figuras do Anjo Gabriel seguido dos Reis Magos que saem e entram em procissão, duas vezes ao ano, no Dia de Reis e no Dia da Ascensão, reverenciando Maria e o Menino Jesus.
Na parte oposta da praça, outra grande atração é o imponente Palazzo Ducale ou Palácio dos Doges, fundado no século IX, sede do poder e residência oficial dos governantes de Veneza. Na chamada “escada dos gigantes”, decorada lateralmente com as estátuas de Marte (símbolo do poder militar) e Nettuno (simbolizando o poder marítimo) eram coroados os doges, uma cena que se repetiu cerca de 120 vezes.
A república de Veneza era politicamente governada em um salão gigantesco, a Sala del Maggior Consiglio, capaz de receber até 1500 pessoas, o número de patrícios venezianos que tinham direito ao voto. Observe os retratos dos doges (só falta um, considerado traidor) e a pintura Il paradiso, de Tintoretto, uma tela giganteaca de 25 metros realizada graças a quatro anos de trabalho.
Visitando o Palazzo Ducale você cruzará com nobreza e miséria humana. Depois de contemplar outras salas ricamente decoradas chegará até a Ponte dos Suspiros – percorrida pelos réus que saíam do tribunal do palácio para chegar até a cela onde seriam aprisionados – e a prisão (Prigioni Nuove). No palácio também existia uma sala reservada a torturas. Um dos prisioneiros mais famosos do Palazzo Ducale foi Giacomo Casanova, que acusado de devassidão conseguiu fugir em 1756.
Lembre-se de reservar o seu ingresso para o Palazzo Ducale e depois de uma imersão na cultura aproveite para passear livremente pela praça, para ouvir a música ao vivo nas cafeterias mais tradicionais de Veneza, como o Caffè Florian, inaugurado em 1720.
Os preços são “salgados” para quem quiser sentar-se em uma de suas mesas e ser servido pelo garçom (um café da manhã pode custar 45 euros por pessoa), mas assim como outras experiências venezianas, como andar de gôndola, é algo que a gente nunca esquece.
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Pena que Veneza continua sofrendo com o excesso de turismo. É uma cidade encantadora, e só mesmo se afastando da praça São Marcos ainda se consegue captar alguma da sua essência. Grande abraço e obrigado pelo óptimo relato.
Concordo Filipe, um patrimônio tão importante que precisa ser preservado, mesmo às custas de menores entradas econômicas. 🙂
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