Cinema como terapia em hospital da Itália
Será que o cinema faz bem para a saúde?
Diversos pesquisadores de renomadas universidades como aquela de Berkeley, na Califórnia, ou da University of Nis, na Sérvia, realizaram estudos que comprovam os efeitos positivos da exposição às artes.
Sem entrar no mérito científico da discussão, acredito que o cinema é sim um importante alimento para a mente e para a alma.
Pessoalmente, a sétima arte contribuiu muito com o meu processo de descoberta da cultura italiana.
Roteiros inspiradores, personagens mais ou menos caricaturais, reconstruções históricas me ajudaram a compreender melhor o sistema “ Itália”, suas virtudes e contradições.
Quando ainda estudava a língua italiana, passei diversos sábados revendo grandes clássicos do cinema italiano, possivelmente em língua original, para aprimorar o vocabulário. Filmes como aqueles de Fellini, Scola, Bertolucci, Monicelli, Visconti, Rossellini, Benigni, Tornatore ou Moretti traduziam em imagens o país que estava descobrindo e amando.
Perdi a conta de quantas vezes assisti títulos como Cinema Paradiso (Oscar de melhor filme estrangeiro em 1990), decorando as falas de personagens como aquele de Totò adolescente, o ator Marco Leonardi.
Como não emocionar-se com o jovem que todas as noites, durante meses, esperou debaixo da janela de sua amada, esperando que o seu sentimento fosse correspondido?
A vida é mesmo enigmática. Naquele período jamais imaginava que um dia moraria na Itália e que minha filha frequentaria a mesma escola da filha do ator que tanto me emocionou.
Foi apostando na magia do cinema que o hospital romano Policlinico Gemelli e a associação MediCinema Italia Onlus inauguraram uma sala de cinema no interior da estrutura hospitalar.
Se trata de um hospital público e o objetivo é oferecer a todos os pacientes internados e a seus familiares a chance de viver momentos de normalidade, de cultivar os mesmos hábitos que teriam fora do hospital.
A sala tem capacidade para receber 130 pessoas, inclusive pacientes com patologias mais graves e que não podem se locomover sem uma cadeira de rodas ou sair do próprio leito.
O clip sobre essa iniciativa foi rodado por ninguém menos que Giuseppe Tornatore, diretor de Cinema Paradiso e tantos outros filmes italianos.
O projeto custou cerca de 500 mil euros e foi financiado graças a doações de empresas como Walt Disney Company Italia, Rai e Rai Cinema e Ubi Banca.
A ideia da chamada cinematherapy ou terapia do alívio é permitir que com momentos de pausa os pacientes possam diminuir a percepção da própria dor.
A programação da sala alternará conteúdo dedicado a adultos e crianças e o primeiro filme exibido foi Mogli – O menino lobo.
Acabei de ler seu artigo e achei o blog muito interessante, tem muita informação que eu estava procurando, parabéns.
Cine Vision V6 Abraços 😉 !
Fico feliz!