Reggia di Caserta, toda a beleza do maior palácio real do mundo
A Campânia é a bola da vez. A Reggia di Caserta, Pompeia e o Museo Archeologico Nazionale de Nápoles entraram na lista das atrações culturais italianas mais visitadas do pais e, recentemente, o presidente italiano, Sergio Mattarella, esteve em Caserta para inaugurar a “Gran Galleria”, uma ala de mais de 3 mil metros que acaba de ser restaurada.
A região do sul do país é a segunda por número de visitantes (superada apenas pelo Lácio) e a Reggia di Caserta contribuiu significativamente com as estatísticas positivas.
Considerada patrimônio da humanidade pela Unesco e localizada a cerca de 36 quilômetros de Nápoles, a Reggia di Caserta voltou a brilhar e a mostrar ao mundo o glorioso passado da família dos Borboni (Bourbon).
Muitos daqueles que viajam para a Europa e pensam em conhecer um opulento palácio acabam organizando-se para ir até Versalhes, desconsiderando o fato que a Reggia di Caserta é a maior residência real do mundo. Motivos para conhecê-la não faltam. Além de ser uma grande herança cultural de uma das dinastias mais potentes da Europa, em seus cinco andares a Reggia di Caserta exibe a grande opulência do Barroco e jardins monumentais muito “instagramáveis”.
A história da Reggia di Caserta começou em 1752, quando Carlo di Borbone (Carlos III da Espanha), soberano do Reino de Nápoles, ordenou a construção de um palácio que pudesse traduzir em arquitetura toda a magnificência de sua dinastia.
O Reino de Nápoles ocupou principalmente os territórios da Itália meridional e, por um período limitado, também a ilha da Sicília. Na época, erguer um palácio real fora da capital do reino era algo comum, principalmente em uma cidade situada longe do mar para evitar eventuais ataques de inimigos.
A Reggia di Caserta pensada por Carlo di Borbone não deveria ser unicamente uma residência real, mas um centro político e administrativo capaz de sublinhar a potência do Reino de Nápoles e provocar a inveja de reis e militares europeus.
Para realizar o seu projeto, Carlo di Borbone contratou o arquiteto Luigi Vanvitelli, filho de mãe italiana e pai holandês. Para finalizar a Reggia di Caserta foi necessário quase um século e nem Vanviteleli assistiu a conclusão de sua obra monumental.
Se os números são a melhor maneira de representar a grandeza do palácio, basta dizer que a Reggia di Caserta ocupa 61 mil metros quadrados. O palácio foi projetado na forma de um retângulo de cinco andares e 40 metros de altura. No total, aquela que foi a residência dos Borbone possui mais de mil ambientes, 34 escadas e 1742 janelas.
Para erguer o edifício não se pouparam esforços, braços humanos e até animais exóticos. Cerca de 2700 operários e até 250 piratas de origem turca presos pelos oficiais do Reino dedicaram-se a sua construção e inclusive elefantes foram usados para puxar blocos e materiais pesados empregados na obra. Alguns documentos confirmam que o rei amava elefantes e que em 1752 ele teria recebido um exemplar de elefante indiano. O animal foi um presente de um sultão turco em troca de mármores e teria sido o protagonista da ópera Alessandro nelle indie, exibida no palco do Teatro San Carlo, em Nápoles. Já imaginaram?
Em seu interior e também nos jardins da Reggia di Caserta tudo é superlativo. Assim que você supera a entrada do palácio será envolvido por uma imensa galeria que, com um efeito similar aquele de um binóculo, conduz o nosso olhar até os cenográficos jardins do edifício. Logo depois da galeria os visitantes encontram uma escada de mármore de 117 degraus e um desnível equivalente a cinco andares. Subindo os seus degraus è impossível não pensar no efeito que tamanha opulência provocava nos hóspedes, soberanos e convidados da Reggia di Caserta.
Decorada por leões em suas extremidades e no alto por estátuas de mármore que representam o Mérito, a Verdade e, ao centro, Carlo di Borbone, a escada monumental impressiona pela sua riqueza.
Logo depois das escadarias o visitante percorrerá várias salas e quartos particulares da família real. Um dos ambientes mais impressionantes é a Sala del Trono, com seus 40 metros de comprimento e 15 de altura. Quem entrava nela era obrigado a percorrer vários metros antes de chegar diante do trono do rei, relativamente pequeno se comparado à dimensão da sala. Ele é decorado por leões alados e por figuras de sereias, em uma clara alusão ao mito da sereia Partenope e da fundação de Nápoles. Nessa sala também não deixe de obervar o teto, com o afresco que conta a construção da Reggia di Caserta, e seus 46 medalhões com os rostos dos membros da dinastia dos Borboni.
Além das salas para receber personalidades, reis e militares, você também cruzará com os aposentos reais e notará o seu luxo e requinte.
No quarto de Francesco II di Borbone, o último rei que morou na Reggia di Caserta, uma cama com baldaquino coloca em evidência a necessidade de proteger-se do frio em ambientes imensos e sem aquecimento. Já as paredes do quarto são decoradas com tapeçarias de seda não provenientes de um país exótico mas de uma cidade a poucos quilômetros de Caserta; San Leucio. Pouca gente sabe que ali são realizadas as sedas empregadas na confecção das bandeiras do Vaticano, da Casa Branca americana e do Buckingham Palace.
Ainda nos ambientes mais privados da família real, no banheiro reservado à rainha existia já um bidê (algo vanguardista para a época) e os olhos das esculturas dos anjos presentes nas paredes foram vendados, como se não pudesem observar a rainha em um momento íntimo.
Entre cozinheiros, servos, conselheiros, damas de corte e jardineiros, mais de 700 empregados trabalhavam na Reggia di Caserta. Seu apogeu foi atingido em meados de 1700 até que a família real foi destituída pelas tropas napoleônicas e obrigada a ceder o seu poder. Giuseppe Bonaparte e Gioacchino Murat tornaram-se reis de Nápoles até 1815. Logo depois da batalha de Waterloo, os Borboni voltaram à Reggia di Caserta e permaneceram ali até a unificação da Itália.
No exterior do palácio, os jardins circundados por um parque merecem muita atenção. São 3 quilômetros que você pode percorrer a pé ou com uma van que cobra 2,50 por pessoa para circular entre suas fontes. Cada uma delas é espetacular, como aquela decorada com golfinhos com garras, com mais de três metros de profundidade. Ela é tão grande que nessa fonte acontece a Reggia Challenge Cup, uma competição de canoagem entre Cambridge e Oxford. Para alimentar as fontes da Reggia di Caserta, Luigi Vanvitelli construiu um aqueduto (Acquedotto Carolino) que levou 16 anos para ser concluído e que em grande parte é subterrâneo.
Os jardins também podem ser percorridos com uma elegante carroça capaz de transportar até cinco pessoas. O preço da corrida é de 50 euros. A Reggia di Caserta é uma viagem no tempo e um daqueles passeios que você se perguntará porque nunca fez antes. Arte, engenharia e beleza combinadas perfeitamente.
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