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Diodato. O cantor italiano entre música e empenho civil pela sua Taranto

No próximo dia 23 de maio, o premiado cantor italiano Diodato, vencedor do Festival di Sanremo em 2020 com a canção “Fai Rumore” encontrará o público paulistano. Ele participará  da Semana da Música Italiana e estará presente na sede do Istituto Italiano di Cultura de São Paulo e fará diversos shows no Brasil.

Além da carreira como cantor, Diodato sempre esteve entre as personalidades italianas que nunca deixaram de colocar em pauta o futuro da cidade onde cresceu: Taranto, na região da Puglia.

Desde 1961, Taranto abriga a maior empresa siderúrgica da Europa: a Ilva, hoje grupo Arcelor Mittal. Há décadas, a política, a comunidade local, magistrados e sindicatos debatem sobre os riscos do altíssimo nível de poluição e emissões químicas geradas pela fábrica e o dilema entre conservar empregos e tutelar a saúde pública. Numerosos moradores do bairro Tamburi declararam a presença de chumbo em seu próprio sangue. Desenvolvimento humano e bem-estar social não são sempre associados ao “progresso”.

Credits fotos: assessoria de imprensa Kinoweb e Words for you

Um destino similar afeta os povoados nos arredores da estrada de Ferro Carajás que por mais de 800 km transporta toneladas de minério de ferro do Pará até o Maranhão. De lá, os minérios são exportados em navios graneleiros para diversos países.

Conhecido por seu empenho civil, Diodato também é o autor de “La mia terra”, trilha sonora de “Palazzzina LAF”,  recente filme italiano dirigido por Michele Riondino (também nascido em Taranto) e elogiado pela crítica. Não é só um filme, mas uma denúncia social. Essa música de Diodato ganhou o prêmio Amnesty International Italia 2024.

A trama narra uma história real de “mobbing” (assédio moral) ocorrida no final dos anos 90 na fábrica ILVA de Taranto. O protagonista, Caterino Lamanna, interpretado pelo próprio Riondino, é um operário rude e ignorante envolvido em um esquema de assédio e rebaixamento de empregados que se recusavam a aceitar condições degradantes de trabalho.

Na Palazzina LAF os funcionários “problemáticos” eram enviados para serem isolados e pressionados psicologicamente, com o intuito de forçá-los a pedir demissão ou aceitar rebaixamentos​.

Fica a sugestão de filme para assistirem quando esse título estiver disponível no Brasil.

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