Roma ao amanhecer
É ao amanhecer, que a senhora Roma mostra o seu lado mais belo e vulnerável. Como uma dama que acaba de levantar, receosa de mostrar as próprias rugas, a cidade de 2770 anos maquia os sinais do tempo com os primeiros raios de sol.
Na ponta dos pés, desperta suas estátuas silenciosas. Algumas delas espreguiçam-se e levantam as mãos para o céu. Outras pincelam nuvens em diversas tonalidades de branco e azul.
Roma assobia convidando os pássaros a saciar a sede em suas fontes monumentais. Molha as plantas, exala no ar o aroma do primeiro café.
Afoba-se apressando os garis a varrer seu ventre, o centro histórico, ainda recoberto por detritos. Cumprimenta o senhor que lê o seu jornal, concentrado.
Olha o relógio e suspira, aliviada. Hoje também cumpriu o seu dever. Os vizinhos começam a abrir as janelas. Tudo é como antes. O espetáculo começa em Roma.