Escola de paciência, no laboratório de um luthier italiano
Para ser um bom luthier servem ouvido musical, manualidade, paciência para os detalhes que não podem ser realizados rapidamente e também uma notável capacidade de ouvir os outros. Cada músico tem suas próprias exigências e algumas excentricidades. Um luthier, portanto, também deve ser um pouco psicólogo para satisfazer interlocutores diversos.
Todos esses dons o milanês Marco La Manna amadureceu progressivamente, junto com uma experiência profissional que já é elevada apesar de sua juventude, considerando que ainda não completou 30 anos de idade.
Marco começou a tocar violão quando criança e desde então desejava possuir um instrumento próprio, realizado por ele mesmo. O fato que existisse o laboratório de um luthier não distante de sua casa pode ser considerado um claro sinal de seu destino.
O primeiro conserto foi aquele do violão do pai. Depois vieram os anos de estudo na Civica scuola di liuteria de Milão. A atividade autônoma, depois do treinamento com profissionais afirmados, começa em uma garagem de Milão que, imediatamente, revela-se pequena demais. Marco conta com entusiasmo de quando um conhecido lhe ofereceu a disponibilidade de um ex-moinho na pequena cidade de Dovera, a poucos quilômetros de Milão e na província de Cremona, conhecida mundialmente pelo violino e a luthieria em geral.
Hoje, uma parte daquele grande local ganhou vida nova, cheia de ferramentas, madeiras e istrumentos musicais que aguardam a sucessiva fase de trabalho em seu laboratório. É preciso esperar que alguma spartes sejam modeladas, que as colas possam aderir e que as lacagens se sequem. Portanto, enquanto um violão é “em pausa”, se trabalha em outro.
Marco, que fundamentalmente trabalha sozinho, é conhecido entre os músicos e na comunidade de luthiers. Além dos tradicionais consertos e da atividade de manutenção, constrói em média oito violões por ano, com o propósito de aumentar gradualmente sem renunciar à qualidade. Apaixonado pela música jazz e fascinado pela virtuosidade do guitarrista francês Django Reinhardt, Marco dedica-se principalmente aos violões gypsy, peculiares pela forma, timbre e complexidade de construção.
As madeiras são originárias do mundo todo, das mais duras às mais flexíveis. Marco confessa ser um fanático pelo bordo, mas de apreciar muito as madeiras americanas, muito mais densas e rígidas, abeto dos Alpes (Val di Fiemme) e aquele da Alemanha. A escolha é específica para as diferentes partes do violão e responde a critérios específicos: envelhecimento, peso, densidade e ausência de defeitos. Depois existem o gosto pessoal e o intuito, que possuem uma grande relevância.
Marco é metódico, atento aos detalhes e sobretudo não tem pressa. Diz que existem “giornate no” (dias negativos) como aqueles nos quais as madeiras sofrem com a umidade. Nesse caso, se faz uma pausa e se espera com paciência.
Marco faz parte do network Italian Stories, iniciativa que reúne os melhores artesãos da Itália. Se você tiver interesse em conhecer de perto o trabalho de Marco e o seu laboratório você pode agendar a sua visita aqui.
Além de explorar o antigo moinho a água você entrará no mágico mundo do luthier. Marco mostrará como constrói e mantém os violões Manouche e acústicos e explicará como dedica-se à arte do restauro.
excelente materia! PARABENS !!!!!
Obrigada querida!