A beleza da Praça Navona, uma das protagonistas em Roma
Os italianos encontram-se na “piazza” e, em Roma, uma das mais amadas é Piazza Navona
Poucas cidades no mundo podem competir com Roma no que refere-se a quantidade e beleza de praças monumentais.
Talvez abra uma exceção para Paris…
Digamos que para os italianos, a necessidade de um lugar de agregação era impelente desde o princípio da República.
O Fórum Romano, por exemplo, reunia em um único ambiente edifícios do poder e de culto e representava o espaço ideal para participar da vida da coletividade.
Circundados por muros e colunas de templos magníficos, os habitantes de Roma consideravam o Fórum como um “palco” privilegiado para a socialização. Tudo acontecia ali.
Na Idade Média, a praça sempre foi parte irrenunciável da arquitetura das cidades italianas e, durante o chamado Renascimento, uma forma de ostentação do poder politico e religioso.
Antes da unificação da Itália, quando o território ainda estava dividido em tantos diferentes estados aristocráticos ou monárquicos, a praça era preclusa a qualquer forma de iniciativa popular.
Em 1848, com chamado “Risorgimento”, o multiplicar-se de movimentos revolucionários, o despertar da consciência nacional e mais tarde, a proclamação da República Romana, foram fundamentais no incentivo à participação política em lugares públicos.
A praça afirmou-se como lugar real e metafórico do “contrapoder”.
Meu marido mesmo comenta sempre que em uma cidade como São Paulo falta a “ágora”, um espaço público no qual as pessoas possam relacionar-se.
Em Sampa raramente encontramos, por acaso, um amigo no centro da cidade, coisa que ainda contece em Roma.
Precisamos percorrer inúmeros quilômetros de carro e marcar um horário para rever uma pessoa querida, quase sempre em espaços fechados como shopping centers.
Até agora falamos sobre o papel das praças na cultura italiana.
Nesse post gostaria de contar um pouquinho sobre a Piazza Navona, uma das mais democráticas praças da capital porque acolhe sempre romanos e turistas, artistas e ambulantes, o sagrado – como as suas igrejas – e o profano, com seus restaurantes, bares e afins.
A praça possui uma forma elíptica porque foi construída sobre as ruínas de um antigo estádio romano erguido por ordem do imperador Tito Flavio Domiciano.
Foi a partir de 1644 que a praça começou a adquirir nova fisionomia. Papa Inocêncio X, cuja família era proprietária de um palazzo localizado ali, encomedou uma série de obras que transformaram a Piazza Navona em um reduto do Barroco italiano.
Foram construídos Palazzo Phamphilj, hoje sede da Embaixada Brasileira em Roma, a igreja de Sant’Agnese in Agone – projetada por Borromini e uma homenagem à virgem Agnes, e a famosa Fontana dei Quattro Fiumi (Fonte dos Quatro Rios).
Desenhada por Gian Lorenzo Bernini, o monumento representa os rios Nilo, Ganges, Danúbio e Prata.
Pouca gente sabe mas, no passado, Papa Inocêncio X dava ordens de alagar a praça para refrescar os romanos durante os meses mais quentes, como agosto.
As famílias mais ricas atravessavam as suas águas em suas carroças. Conseguem imaginar a cena?
Aproveite a atmosfera tranquila da praça para admirar a sua linda arquitetura e se, puder, conheça a estátua do Pasquino, que fica ali pertinho e é adorada pelos romanos. Falei sobre ela aqui.
Se estiver acompanhado(a) por crianças, indico diversas lojas interessantes nos arredores. Para conhecê-las não deixem de ler o post Roma, brinquedos e compras para crianças.
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