imigração na itália
Diário

Emergência refugiados na Itália

Gostaria de informar os leitores de passagem pela Itália que talvez encontrem uma situação caótica ao redor de algumas das principais ferrovias italianas.

Esses últimos dias, os turistas que passaram por estações ferroviárias como Milano Centrale ou Roma Tiburtina talvez tiveram um choque.

Enquanto aguardam uma decisão sobre a possibilidade de viajar para outro país, centenas de refugiados acampam nos arredores de estações de trem.

Estima-se que somente na tenso-estrutura montada pela Cruz Vermelha em proximidade da estação de Roma Tiburtina encontrem-se pelo menos 150 pessoas vivendo em condições precárias.

A maioria recusa-se a deixar as próprias impressões digitais às autoridades italianas porque essa prática os obrigaria a solicitar asilo em um país ainda em crise econômica.

Para muitos deles, a Itália representa somente um trampolim para buscar melhores condições de vida em outras nações europeias.

Na cidade de Ventimiglia (Imperia), muitos imigrantes dormem sobre as rochas, com cobertas térmicas, esperando que a França reabra as suas fronteiras, permitindo o deslocamento dos refugiados. Uma imagem pouco glamurosa, um contraste evidente com a imagem de continente civilizado que atribuímos à Europa.

Enquanto as centenas de mortes e corpos recuperados em alto mar eram quase uma exclusividade siciliana (a meta mais acessível para quem chega de países como a Líbia) o tema imigração forçada parecia não incomodar tanto.

Cada um de nós estava quase acostumado a considerar fisiológico os naufrágios cotidianos no mar Mediterrâneo.

Nem mesmo o horror de inúmeros corpos de crianças recuperados em alto mar foi capaz de tirar o nosso apetite enquanto jantávamos diante das imagens transmitidas pela TV.

A mesma Europa que aplaude as reportagens fotográficas de um profissional como Sebastião Salgado sobre refugiados demonstra-se míope e impotente diante da gravidade do tema da migração forçada.

Em Roma, está sendo providenciado um novo alojamento para os imigrantes e, enquanto isso, associações de caridade e pessoas comuns fazem o que pode para amenizar a situação, doando comida, roupas e remédios aos desabrigados.

Estima-se que o novo centro que hospedará os imigrantes ficará pronto somente daqui um mês.

Credits foto: Alejandra Daglio

This article has 3 comments

  1. olioviadellafonte

    Você sempre nos informando com muita clareza ! Obrigada !
    Eliane

  2. Anelise Sanchez

    Obrigada você por nos acompanhar sempre!

  3. lopestranslations2015

    Situação degradante e preocupante, infelizmente.

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