Roma, saem as “botticelle”, entram as carroças elétricas
Em nome do respeito ao meio ambiente e do amor pelos animais, Roma está se preparando para dizer adeus às “botticelle”, as elegantes carroças puxadas por cavalos que circulam pelo centro histórico da capital.
Elas ainda representam uma grande atração turística e, até hoje, muitos estrangeiros não renunciam a um passeio a bordo desse meio de transporte. Há quem acredite que admirar os monumentos de Roma da botticella é tão fascinante quanto navegar em uma gôndola em Veneza.
Apesar de seguir regras precisas como não circular durante as horas de pico do verão (das 13h às 17h), o estresse acumulado pelos animais que puxam as carroças sempre esteve sob os holofotes dos ambientalistas. Mais de uma vez a imprensa local noticiou a caída de cavalos em pleno asfalto.
Para quem ama a cinematografia italiana, um dos últimos filmes do ator Alberto Sordi foi dedicado a essa temática. Apesar de não ser uma de suas melhores obras, em Nestore, l’ultima corsa ele narra as desventuras de um “vetturino” (o motorista da carroça) prestes a se aposentar que deve acompanhar o seu velho cavalo a um matadouro.
As “botticelle” serão substituídas por carroças elétricas vermelhas; meios de transporte ecológicos que não poluem nem maltratam animais.
Atualmente, os “vetturini” presentes na cidade eterna são 47 e nem todos aplaudem a iniciativa da prefeitura. Alguns acreditam que a carroça elétrica não tenha o mesmo apelo visual da carroça tradicional.
Para acalmar as polêmicas, a prefeitura explicou que os profissionais que possuem a licença de “vetturino” tem duas opções: convertê-la e trabalhar como motoristas de táxi, dirigir a nova versão da carroça ou continuar trabalhando como “vetturino”, com os cavalos, mas somente vilas históricas. O novo veículo ainda é um protótipo, mas poderá andar a uma velocidade de 25 km por hora.