A recompensa de viajar sem pressa. Slow Travel na Toscana
Slow Travel. Duas palavrinhas com tanto poder. Quando o destino da viagem é a Itália, quase sempre as metas do roteiro são as chamadas città d’arte. Cidades no centro do turismo internacional e de grande appeal como Roma, Florença, Veneza e Milão.
Dedicamos cada dia do itinerário cumprindo a “obrigação” de visitar lugares considerados imperdíveis, de provar a qualquer custo restaurantes badalados, de tirar foto diante dos monumentos mais famosos, de conferir de perto aquela obra-prima. Sem deixar espaço para o imprevisível.
Por muito tempo, os pacotes de viagens que prometiam conhecer vários países do velho continente em poucos dias pareciam mais do que atraentes. O inconveniente dessa proposta, no entanto, é que com o tempo escasso, a permanência nas cidades é mínima e o conhecimento da cultura local acaba sendo bem superficial.
Se a gente parar para pensar, é provável que muitos de nós possa afirmar que já esteve em determinada capital ou vilarejo. Mas há uma grande diferença entre ter colocado os pés em um lugar por poucas horas e aprofundar a sua ligação com uma cidade, com a sua gente.
Nesse delicado equilíbrio, o fator que mais pesa na balança é, sem dúvidas, o tempo. Você nunca ouviu comentários do tipo: “cinco dias em tal cidade é muito” ou “não há muito o que fazer por lá”?
Se você ainda não sabe, 2019 é o ano do Slow Travel na Itália, uma filosofia ou estilo de viagem que ao invés de sugerir que você veja o máximo no menor tempo possível, sustenta a ideia contrária.
Nada de correria. Longas horas de filas em museus ou poucos minutos para contemplar uma igreja antes de seguir para o próximo destino. A ideia é que você não limite-se a ver a realidade ao ser redor não como um espectador ou turista.
Geralmente, “filtramos” o mundo através das lentes de nossas câmeras ou celular. O contato físico, como um aperto de mão, ou o bate-papo com os locais costuma ser raro ou considerado supérfluo. E é justamente assim que perdemos a chance de viver experiências, de fazer amizades, de entrar em sintonia com a vida real.
Cada vez mais, turistas buscam a chance de uma imersão na cultura local, de um contato com o dia a dia de uma cidade. Não por caso, as estatísticas de estrangeiros que, na Itália, preferem um bed&breakfast, o chamado albergo diffuso ou aluguel de uma casa com Airbnb às redes hoteleiras cresce significativamente.
Pessoalmente, posso dizer que minhas melhores experiências de viagem foram aquelas nas quais as pessoas com as quais cruzei fizeram a diferença.
Comprovei que mesmo nos lugares que já visitei, sempre existirão histórias novas a serem descobertas para quem estiver disposto a ouvi-las. Basta sentar em uma cafeteria, em um banco de praça, entrar no laboratório de um artesão, pedir informações a um comerciante, comprar frutas e verduras de uma mercearia local, pronunciar um buongiorno sincero para interagir com a vida real.
Nesses dias de férias na Toscana, por exemplo, visitando um vilarejo que para mim já é familiar, a graciosa Sarteano e seu castelo, me surpreendi com o poder do Slow Travel.
Exceto durante o inverno, todo terceiro domingo do mês acontece na cidade uma feirinha de antiguidades. Por esse motivo, havia um grande vai e vem de turistas por lá.
Poderia ter me limitado a fazer algumas fotos, mas graças ao contato direto com seus moradores conheci várias histórias interessantes.
Aquela de Antonio, que apesar da crise mantém aberta uma biblioteca e centro cultural e que presenteou minha filha com um clássico da literatura. Aquela de Renata, ex-imigrante italiana na Austrália que recebe de braços abertos os clientes do laboratório de marcenaria do filho. Aquela de Massimo, que sempre perde a feirinha porque domingo é o dia de maior movimento em seu laboratório de massas frescas. Aquela de Silvano e Annalisa, que compartilham conosco o próprio segredo: a magia de degustar um panino (sanduíche) sob a sombra de uma árvore secular.
Talvez você não leve para casa fotos de monumentos famosos, mas com certeza levará na bagagem lembranças inesquecíveis.
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Excelente texto! Sou adepta do slow travel há muito tempo. Cidades menores é onde está o tesouro, na minha opinião. É uma delícia experimentar um pouco da vida local sem pressa.
😉
Obrigada por acompanhar o blog, Aline. Fico muito feliz!
Bom dia Anelise,
Em fevereiro, no Carnaval do Brasil, pretendemos ir a Toscana partindo de Roma. 15 dias.
Poderia nos indicar uma rota slow travel até lá……apreciamos vinho e gastronomia e uma rota romântica seria ótimo.
Obrigado.
José Antonio
Bom dia José Antonio, tuto bem? Obrigada por acompanhar o blog. Se viajam de carro, saindo de Roma poderiam passar por Orvieto, na Umbria, e de lá seguir até a Toscana. Sugiro que sigam até a saída de Chiusi/Chianciano e reservem alguns dias para conhecer primeiro o Val d’Orcia, explorando Sarteano, Montepulciano, Pienza, San Quirico d’Orcia e a Capella della Madonna di Vitaleta, Montalcino e Bagno Vignoni. No blog vocês encontram posts sobre todos esses lugares.Em seguida, continuar até Siena, Firenze a região do Chianti. 🙂