Sovana, a cidade toscana de tufo que une arqueologia e trekking
Existe uma parte da Toscana que atrai turistas do mundo todo graças a uma particularidade. Não estou falando das colinas com ciprestes, dos campos dourados de trigo nem das cantinas com os melhores vinhos.
No sul da região, na província de Grosseto, fica uma vasta área chamada de Parque Arqueológico do Tufo Calcário e caracterizada pelas Vie Cave, canyons e “túneis” criados naturalmente, há mais de quatro mil anos, no meio de íngremes paredes de tufo.
Nessa região, os chamados burgos de tufo calcário são Pitigliano (ou a pequena Jerusalém), Sorano (definida a Matera da Toscana por seus edifícios rupestres) e Sovana, tema desse post.
A distância entre as cidades é pequena e você pode visitar as três em um único dia. Para você ter uma ideia, menos de 10 km separam Sorano e Sovana.
Além de ter sido um importante centro etrusco e de possuir vários monumentos religiosos e civis de época medieval, Sovana é território de túmulos etruscos e de uma vasta necrópole. Por esses motivos, é um dos principais sítios arqueológicos da região.
Muitos visitantes vão até lá para percorrer percursos de arqueotrekking, itinerários que unem o interesse pela arqueologia com o trekking. Mais do que urnas funerárias, muitos túmulos são verdadeiras obras de arte. Exemplos são a chamada Tomba della Sirena, decorada com a figura de sereia abraçando duas pessoas e a Tomba Ildebranda, escavada em forma de templo e decorada com diversos temas zoomórficos.
A cidade é considerada “um dos burgos mais belos da Itália” e o seu ingresso é dominado pela torre e muralhas da Rocca Aldobrandesca, uma fortaleza construída por volta do século XI que servia para defender Sovana de possíveis ataques por parte de inimigos.
Logo depois da entrada da cidade você encontrará o principal ponto de encontro de Sovana, Piazza Del Pretorio, onde se concentram seus principais monumentos. Ali ficam, à esquerda, a igreja de San Massimiliano. Ela foi erguida no século IV d.C e é considerado o edifício etrusco religioso mais antigo da cidade.
Nas proximidades da igreja fica o Palazzo dei Marchesi Bourbon del Monte e a igreja de Santa Maria, dos séculos XII-XII. Já do lado direito da praça encontram-se a Loggia Del Capitano, decorada com o brasão do poderoso Cosimo I de’ Medici e o Palazzo Pretorio. Se você observá-lo com atenção notará em sua rica fachada os brasões com nomes de capitães de justiça e comissários que prestaram serviço ao governo das cidades de Florença e Siena.
Como em muitas outras cidades italianas, o centro da praça é dominado pelo Duomo e o edifício que abriga a sede da prefeitura. Outros pontos de interesse da pequena Sovana são a Catedral construída em homenagem a São Pedro e a São Paulo e a casa do Papa Gregorio VII, nascido no território. A Toscana “gerou” vários pontíficies como, por exemplo, Papa Piccolomini, originário da cidade que hoje conhecemos como Pienza.
Que você goste de arqueologia ou não, conhecer essa parte da Toscana não te deixará desapontado. Quem tiver interesse pode visitar o Parco archeologico delle Città del Tufo e as chamadas Vie Cave.
Se você prefere passeios mais urbanos, encante-se com a atmosfera do burgo. O charme de Sovana é, essencialmente, a sua atmosfera rudimentar. Passeie admirando as casas construídas com um material poroso e aparentemente frágil, as ruas floridas e bem cuidadas e as lojas de artesãos locais.
Como chegar: A partir de Grosseto, siga no sentido sul. Depois de chegar a Albinia vire à esquerda na direção Manciano (a 30 Km), e novamente à esquerda no sentido Pitigliano (a 18 Km). A partir daí encontrará placas e indicações para Sovana, a cerca de 8 km.