Veneza: provável número limitado de turistas
Visitar Veneza talvez será mais difícil. O governador da região Vêneto, Luca Zaia, anunciou que poderá decretar o acesso limitado à cidade; uma decisão similar aquela adotada pela administração do arquipélago de Fernando de Noronha (PE). Em uma carta aberta ao jornal italiano Corriere della Sera, Zaia declarou que acredita no “numero chiuso” (acesso limitado) como possível solução para preservar o local – patrimônio mundial da Unesco desde 1997 – do fluxo descontrolado de turistas que circulam pela Laguna. Veneza registra a presença de cerca de 50 mil residentes mas é visitada anualmente uma média de 23 milhões de turistas.
Quem vive, estuda ou trabalha na cidade terá acesso facilitado ao centro de Veneza. Provavelmente, a cidade receberá um certo número diário de visitantes e a entrada será controlada nos principais pontos de acesso à Veneza: a estação ferroviária e Piazzale Roma. O governador exclui a hipótese que cada visitante deva uma tarifa cara para ingressar na cidade, limitando o acesso universal às suas belezas, mas pensa na adoção de uma eventual taxa simbólica que será utilizada para tutelar o patrimônio artístico veneziano.
O prefeito da cidade, Luigi Brugnanaro, comentou à imprensa que é importante regulamentar o fluxo turístico mas sem comprometer a imagem do setor. Segundo Brugnano, é preciso diferenciar o turismo “selvagem e mal-educado” daquele atento ao valor inestimável de Veneza. Por isso, a prefeitura reforçará o controle em hotéis abusivos e reduzirá o comércio de atividades que proliferam no centro, como pizzarias e vendedores de kebab.
A cidade, parada frequente de cruzeiros, também sofre com a presença de grandes navios que entram na bacia de São Marcos, com os esforços para coletar o número de lixo produzido pelo grande fluxo de visitantes e com os efeitos do turismo “mordi e fuggi” (turismo relâmpago).