Itália que surpreende: No Man’s Land e o seu museu a céu aberto
Estamos acostumados a pensar em um museu como um espaço fechado, com ar condicionado, monitorado por video câmeras e, muitas vezes, com obras protegidas por vidros.
O arquiteto Yona Friedman inverteu completamente esse conceito.
Nascido na Hungria na década de 20 e residente em Paris desde 1948, Friedman é um visionário que repensou o papel da arquitetura na vida dos cidadãos.
Para ele, não é o arquiteto que cria uma cidade, mas são os seus moradores que a inventam e colaboram ativamente com o cenário ao seu redor.
Do seu ponto de vista, uma cidade desabitada, mesmo nova, é apenas uma ruína e em um mundo extremamente edificado, em vez de edifícios, é preciso construir imagens.
Partindo desse ponto de vista, com a colaboração de Jean-Baptiste Decavèle e outros artistas, Friedman acaba de realizar, na Itália, uma de suas maiores e mais surpreendentes projetos: a instalação intitulada No Man’s Land (Terra de Ninguém).
Localizada na cidade de Loreto Aprutino, na província de Pescara (região dos Abruzos), o projeto lançado por Friedman é uma espécie de museu a céu aberto que ocupa mais de dois hectares de terreno.
Para realizar a obra, o artista e seus colaboradores empregaram pedras brancas de rios e uma estrutura composta por mil canas de bambu, além de ter criado um dicionário imaginário entalhado no tronco de duzentas árvores de nozes.
A iniciativa envolveu os alunos da Accademia di Belle Arti de Roma e da faculdade de arquitetura de Pescara e também os estudantes de escolas da região, incentivando assim a completa sinergia entre a arte e cidadãos.
O conceito fundamental evidenciado no título do projeto No Man’s Land é anular a ideia de propriedade, transformando a arte em um bem coletivo.
No Man’s Land inaugurada no último dia 14 de maio e sera administrada por uma fundação cujo objetivo é continuar promovendo a cultura e o território dos Abruzos.
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