Ara Pacis: alimentação durante o império
Está acontecendo uma mostra super interessante na Ara Pacis ou Altar da Paz de Augusto.
Até o dia 15 de novembro, o museu exibe uma mostra intitulada Nutrire l´impero. Storie di alimentazione da Roma e Pompei.
O evento revela como aconteceu aquela que é considerada a primeira globalização do consumo de toda a história, ou seja, como o império romano organizou-se para transportar iguarias como vinho, trigo, azeite, peixes e carnes pelas águas do mar Mediterrâneo.
Nos dias de hoje, esse esforço logístico pode parecer banal, mas considerem que no período imperial cerca de 200 mil homens com idade superior a 17 anos recebiam todo mês, gratuitamente, cerca de 35 quilos de trigo, azeite, carne de porco e vinhos com desconto.
Para garantir o abastecimento contínuo de seus depósitos e evitar que seus cidadãos ficassem de barriga vazia, o império precisava ser muito eficiente em termos de transportes, conservação e distribuição de alimentos.
Grande parte da dieta dos romanos era baseada em produtos de importação. Os estudiosos afirmam que muitos vinhos consumidos pelos habitantes da capital eram produzidos na Gália, em Creta e Cipro. Somente os ricos tinham acesso aos vinhos da região italiana da Campania.
O azeite era originário da atual região espanhola de Andaluzia, o mel grego e o tempero conhecido como garum era originário da África e do Meio Oriente.
A mostra coloca em evidência as rotas do comércio percorridas pelos romanos, reconstruções gráficas de navios que transportavam mercadorias através dos portos de Pozzuoli e Ostia, ilustra os produtos mais consumidos em lugares públicos (a versão mais antiga do street food) e também dedica uma seção a tesouros como utensílios de cozinha provenientes de Pompéia e já expostos no Metropolitan Museum de New York.