Val Venosta e o campanário submerso do Lago di Resia

Em Val Venosta, vale localizado na província de Bolzano, no norte da Itália, fica um dos cenários mais encantadores de todo o país. Circundado pela imponência dos alpes, na fronteira com a Áustria, Suiça e as regiões italianas da Lombardia e Veneto, um campanário submerso tornou-se o protagonista de um lugar mágico que parece ter saído das páginas de um conto de fadas.

O campanário do Lago di Resia, na cidadezinha de Curon, é um dos cartões postais mais famosos da região. Todos os anos, centenas de turistas não perdem a chance de fotografá-lo. No entanto, nem todos sabem que para os moradores da Val Venosta a criação desse lago artificial evoca lembranças tristes.

No passado, no lugar onde hoje encontra-se esse lago artificial existiam três lagos naturais: além daquele de Resia, aquele de Curon e de San Valentino alla Muta. Por volta de 1939, com o objetivo de produzir energia elétrica, foi construída uma represa que unificou os três lagos. A obra, interrompida durante o período da Segunda Guerra Mundial, provocou a inundação do antigo vilarejo de Curon.

Os habitantes da cidade revoltaram-se e protestaram contra a represa. Chegaram até a pedir ao Papa que bloqueasse a evolução das obras. A tentativa de impedir a construção da represa, no entanto, foi inútil. A água invadiu os terrenos, as plantações e uma igreja do século XIV, a mesma da qual hoje ainda é possível admirar o campanário no Lago di Resia.

Infelizmente, ele só pode ser visitado a pé durante o inverno, quando as águas do lago congelam-se, e depois da resistência incial dos moradores, hoje o Lago di Resia merece até uma lenda.

A história afirma que durante o inverno ainda é possível ouvir o badalar dos sinos do fundo do lago, mas o detalhe é que eles foram removidos do campanário antes da construção da represa.