Como viajar de trem na Itália: guia prático e vocabulário útil
Em quais trechos vale a pena viajar de trem pela a Itália? Essa é uma pergunta frequente entre os turistas que planejam uma viagem para o Belpaese. Nem todo mundo gosta de dirigir no exterior e, muitas vezes, arcar com os custos de uma passagem aérea e enfrentar os rígidos sistemas de segurança dos aeroportos nem é sempre a melhor solução para deslocar-se na Itália.
Apesar das inevitáveis comparações com os serviços oferecidos por outras nações europeias, em geral eu diria que a Itália é bem servida pela malha ferroviária. Um discurso a parte é a rotina dos pendolari, os trabalhadores que moram afastados e todas as manhãs são obrigados a deslocarem-se com os trens regionais para chegar ao trabalho.
Pessoalmente, gosto de viajar de trem pela Itália porque acredito que seja um meio de transporte descomplicado. É confortável, quase sempre eficiente, não exige a chegada às estações com horas de antecedência e permite que você relaxe.
O primeiro critério que eu levaria em consideração na hora de avaliar se vale ou não a pena usar o trem é a distância entre as cidades que pretende visitar. Se, por exemplo, um voo entre Roma e Milão pode durar pouco mais de uma hora e entre 3 e 3h30 com um trem de alta velocidade, considere que superar o esquema distância, controles, check-in e retirada de malas nos aeroportos pode exigir o mesmo número de horas.
Para distâncias médias entre grandes cidades e que comportam até quatros horas de viagem, eu ainda prefiro os trens. Exemplos práticos? Os trechos como Roma-Florença, Roma-Nápoles, Florença-Turim, Roma-Veneza, Roma-Bolonha, ou Roma-Milão. Considere que o centro histórico das grandes cidades possui as chamadas ZTL (Zone a Traffico Limitato), com circulação autorizada somente para residentes, e nessas áreas o carro só seria uma preocupação.
O discurso muda se o seu roteiro prevê uma imersão em cidades menores, algumas delas não servidas por estações de trem. Na região toscana do Val d’Orcia, muito procurada pelas suas paisagens cenográficas, a melhor opção ainda é o carro.
Os sites oficiais para a compra e os tipos de trens
Na Itália existem duas empresas de transporte ferroviário: a Trenitalia e a Italo, vendida recentemente para um fundo de origem americana.
A Trenitalia é aquela com maior cobertura e oferece as seguintes tipologias de trens:
Freccia Rossa: Trens que atingem até 300 km por hora e cerca de 187 viagens por dia, ligando as maiores cidades da Itália. Por ser mais rápido, suas passagens são mais caras.
Freccia Argento: Viaja até 250 km por hora e percorre mas linhas de alta velocidade e também aquelas tradicionais. Oferece até 48 conexões por dia entre Roma, o norte e o sul do país. Preços moderados.
Freccia Bianca: 42 trens diários que unem cidades grandes e médias, das 5h da manhã até às 21 horas. Preços mais acessíveis.
Intercity: Como o próprio nome coloca em evidência, une as principais cidades do país, mas não são trens de alta velocidade e por isso são mais lentos e suas passagens são mais econômicas.
Regionale: Circulam entre as pequenas de uma mesmo território.
A outra empresa, a Italo, caracterizada pelos seus trens vermelhos, só percorre as linhas de alta velocidade e por isso viaja entre as principais cidades italianas como Roma, Nápoles, Salerno, Florença, Bolonha, Ferarra, Reggio Emilia, Veneza, Vicenza, Rovigo, Padova, Milão, Brescia e Turim.
Portanto, se o seu objetivo é deslocar-se entre duas grandes cidades no menor tempo possível, escolha o Frecciarossa, da Trenitalia, ou o Italo. Se tiver tempo à disposição e quiser economizar, opte pelo Intercity.
On-line, bilheterias ou self service?
A melhor maneira de economizar é ficar de olho nos sites das empresas e fazer simulações de trechos. Preenhendo dados como a cidade de partida, a cidade de chegada, as datas previstas para a viagem e a faixa horária de sua preferência o sistema evidenciará os lugares disponíveis e os preços das diferentes tarifas.
Na hora de digitar a cidade preste atenção no nome porque cidades grandes como Roma, Nápoles, Veneza, Milão e Turim tem mais de uma estação ferroviária. Verifique com antecedência qual aquela mais próxima de seu hotel, mas saiba que aquelas indicadas com a sila “c.le” (centrale) ficam no centro das cidades.
Se a sua intenção é viajar com os trens de alta velocidade é melhor comprar as passagens com antecedência. Já os bilhetes para os trens regionais podem ser adquiridos na hora pois as tarifas não costumam oscilar muito.
Além dos sites das companhias, há bilheterias presentes nas próprias estações de trem (geralmente com filas longas) ou máquinas para a compra self service de bilhetes. Elas possuem um menu em várias línguas e o processo de compra é bem intuitivo.
Chegando na estação
Se já possuir o bilhete, não é necessário chegar na estação com muita antecedência. Para verificar de qual plataforma partirá o seu trem, controle os displays eletrônicos. Uma pegadinha: no caso dos trens de alta velocidade eles indicam o destino final de cada trem. Portanto, procure pelo número do seu trem e não pelo nome da cidade presente em sua passagem. Por exemplo: um trem que parte de Roma pode ter Turim como destino final mas parar em Florença, Bolonha, Veneza e Milão.
Os controles de segurança nas estações ferroviárias são rápidos. Geralmente, basta mostrar a sua passagem. Procure a sua plataforma e espere na frente do vagão indicado na sua passagem. Eles são indicados em displays eletrônicos.
Antes de subir nos trens, lembre-se de validar a sua passagem nas máquinas presentes em vários pontos da estação e em proximidade das plataformas de embarque. Se o seu bilhete for eletrônico, bastara mostrar o seu código de reserva ao “controllore”, o funcionário que passará dentro dos vagões controlando as passagens.
Assim que embarcar, procure pelo seu assento e se tiver bagagens acomode-as nos vãos resevados às malas. Já os trens “regionali” não possuem assentos marcados.
Conserve a sua passagem até o final da viagem e conserve com você bolsas, celulares e outros objetos de valor.
Há limites para bagagens?
Não há limites para as bagagens, mas aqui também vale a regra do bom senso. Os espaços para acomodar as malas devem ser compartilhados com os outros passageiros. Portanto, melhor não exagerar!
Primeira ou segunda classe
Como nos aviões, as tarifas variam para a primeira e a segunda classe, mas posso afirmar que a segunda classe dos trens de alta velocidade italianos é bem confortável.
Serviços a bordo
Nos trens rápidos você também terá à disposição o serviço wi-fi, a revista de bordo, banheiros e um vagão cafeteria onde é possível degustar cafés, sanduíches e afins.
Vocabulário útil para se virar melhor nas estações de trem na Itália
Andata e ritorno: ida e volta
Bagaglio: bagagem
Biglietteria: bilheteria
Biglietto: passagem
Binario: plataforma
Carrozza: Vagão
Corridoio: corredor
Controllore: funcionário que controla as passagens
Destinazione: destino, lugar de chegada
Fermate: paradas
Finestrino: Janela
Obliterare un biglietto: validar uma passagem
Partenza: partida
Passeggeri: passageiros
Prenotazione: reserva
Posto: lugar
Solo andata: só ida
Tabellone delle partenza: painel com as informações dos trens prestes a partir
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Viajei pela trenitalia em Janeiro,foi ótimo, trens confortáveis e rápido. Fui a Loreto.
Também acho ótimo! Abs querida!
Olá!
Tenho dúvidas, talvez me ajudem. É tranquilo comprar passagens de trem com 5 meses de antecedência?
Se comprar, quando chegar na Itália terei algum problema? Tenho que trocar por outro bilhete?
Esta parte não entendi muito bem.
Grato
Edinei
Olá Edinei. Bom dia, tudo bem? Você pode comprar com antecedência as passagens pra os trens de alta velocidade (Frecce) e não terá nenhum problema. No caso dos trens regionais, você poderá comprar os bilhetes no dia da própria viagem sem problemas. Essas linhas quase nunca lotam.
Abs,
Anelise