Estudar na Itália: como será a escola esse ano?
Setembro por aqui é sinônimo de volta às aulas, mas como é estudar na Itália? A partir de hoje, o sinal volta a tocar nos institutos de ensino das regiões Abruzzo, Friuli Venezia Giulia, Lombardia, Molise, Piemonte, na Província de Trento, na Umbria, Valle d’Aosta e Veneto. No restante do país, as aulas recomeçam entre os dias 14 e 15 de setembro.
Esse ano, em particular, as dúvidas para quem mora na Itália e tem filhos em idade escolar são muitas. Primeiramente, porque apesar do governo ter promovido um concurso para contratar novos professores, o risco é que 23 mil cátedras permaneçam vazias. Mais da metade dos candidatos foi reprovada não por falta de competência, mas porque não tiverem tempo suficiente para completar as provas. Isso significa que muitos estudantes não encontrarão seus professores definitivos, mas suplentes.
Essa carência também poderá ser acentuada com a entrada em vigor da chamada reforma da Buona Scuola, que prevê investimentos de 3 bilhões de euros em educação até 2020. Por enquanto, foram contratados 90 mil professores que possuíam contratos de trabalho precários. O problema é que muitos deles serão obrigados a transferir-se para outras cidades e esse procedimento, para quem tem família, requer tempo.
Outra fonte de perplexidades é o fato que com a reforma os diretores das escolas poderão premiar, com um incentivo econômico, os melhores professores. Em média, cada instituto receberá cerca de 18 mil euros e cada escola poderá decidir autonomamente como avaliar e premiar os próprios docentes. O nó da questão é saber se os premiados realmente serão escolhidos segundo critérios de meritocracia. Outra novidade é que cada instituto poderá contar com a figura do animatore digitale, profissional que coordenará o site das escolas, criará uma biblioteca multimídia e incentivará a criação de laboratórios digitais.
Esse ano, o número de alunos inscritos nas escolas públicas italianas é 7,8 milhões. Entre esses, 972 mil na chamada scuola dell´infanzia (educação pré-escolar), 2,5 milhões no ensino básico, 1,6 milhões no ensino secundário e 2,6 milhões no que corresponderia ao nosso colegial. Por enquanto, cerca de 748 mil professores ensinam em 8.282 escolas públicas italianas e a fisionomia das classes também muda. Se em 2002, cerca de 2,2% dos estudantes eram estrangeiros, em 2015 essa percentual atingiu os 9,2% do total de inscritos.
Outra realidade de peso na Itália são as chamadas scuole paritarie, ou seja, escolas particulares reconhecidas por lei. Estima-se que no país existam cerca de 13.498 escolas desse tipo frequentadas por 961 estudantes. O maior número de inscritos (71,6%) das instituições particulares de ensino frequenta a pré-escola e é fácil entender o porquê.
Infelizmente, as estatísticas demonstram que só 13% das crianças entre 0 e 2 anos de idade consegue vaga em uma creche e essa taxa incide, obviamente, na percentual de mães que trabalham. Enquanto na Dinamarca, 81% das mães com filhos entre 0 e 14 anos trabalham, na Itália esse número se reduz drasticamente para 54%. Apesar do número consistente de scuole paritarie, nos últimos anos as escolas particulares italianas sofrem com a crise econômica e demográfica. Nos últimos três anos, perderam aproximadamente 100 mil alunos.
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