
Perugina e a história de amor que inspirou o bombom Bacio
14 de fevereiro é Dia dos Namorados na Itália (San Valentino) e nessa época os supermercados e cafeterias de todo o país expõem em suas prateleiras caixas com os famosos bombons Baci, produzidos pela Perugina.
Quase todos os casais italianos já trocaram, pelo menos uma vez na vida, o bombom que une ao invólucro do chocolate uma mensagem de amor.
Meses atrás, em companhia de amigos, estivemos em Perugia, a capital da região da Úmbria e uma cidade italiana com um centro histórico encantador.
Considerando a breve distância entre Perugia e a sua fábrica mais famosa (cerca de 6km), decidimos conhecer a Perugina, hoje propriedade da multinacional Nestlè.
Durante esse passeio, os visitantes conhecem esse grande polo produtivo e a história de amor que inspirou a criação do Bacio.
Coincidentemente (ou por uma grande sacada de marketing), há poucas semanas a RAI, tv estatal italiana, transmitiu uma minissérie narrando essa mesma história.
O nome Luisa Spagnoli talvez não soe familiar para a maior parte dos brasileiros, mas aqui na Itália é sinônimo de empreendedorismo feminino.
Além de ter fundado uma das marcas italianas mais cobiçadas pelos concorrentes da indústria alimentícia internacional, Luisa Spagnoli também tornou-se símbolo de excelência no setor da moda feminina.
As butiques que levam o seu nome ocupam algumas das ruas mais prestigiosas das principais cidades italianas.
Nascida em uma família humilde, depois de casada Luisa Spagnoli e o marido inauguram uma loja de confetti, as amêndoas confeitadas que os italianos utilizam em ocasiões especiais como casamentos e comunhões.
Em pouco tempo a fama de excelente confeiteira cresce e por volta de 1907 ela funda a Perugina, junto com o poderoso Francesco Buitoni e Leone Ascoli.
Na época a fábrica tinha apenas 15 empregados e em seus primeiros anos de vida enfrenta várias dificuldades, cúmplices os efeitos da primeira guerra mundial.
A partir da década de 20 a Perugina começa a conquistar espaços cada vez maiores no mercado alimentar e a ser elogiada como exemplo de empreendedorismo e tutela de seus empregados. Foi de Luisa Spagnoli a ideia de criar uma creche no interior da fábrica.
Luisa Spagnoli apaixona-se pelo filho de seu sócio, o jovem Giovanni Buitoni, 14 anos mais novo que ela. Hoje isso não é motivo de escândalo, mas na época isso gerou diversos burburinhos em Perugia.
Nesse período, pensando em uma maneira de reaproveitar os pedacinhos de avelã descartados durante a produção dos chocolates Perugina, Luisa criou um bombom de forma irregular que lembrava um punho.
Inicialmente o bombom foi batizado como cazzotto (soco). Foi Giovanni Buitoni que desaprovou o nome e sugeriu à nova criação o nome de Bacio.
A ideia dos bilhetinhos de amor surgiu na década de 30 e foi reforçada pelo diretor artístico da Perugina, Federico Seneca.
Inspirando-se na imagem do famoso quadro Il bacio, de Francesco Hayez, Seneca teria criado a caixa azul com o casal de apaixonados que ainda hoje caracteriza os bombons da Perugina.
O bombom entrou para a história e Luisa Spagnoli também fundou a marca homônima de peças de roupas a base de lã de coelho.
Os animais eram penteados e o pelo que caia espontaneamente era utilizado na confecção de boleros e casacos.
Luisa Spagnoli morre em 1935, quando Giovanni ainda era jovem.
Sugiro que você una a visita à fábrica com um passeio pela cidade de Perugia.
Para organizar a sua visita à Perugina:
Outros passeios na região da Úmbria:
Gubbio: Úmbria medieval que encanta
Bate-volta Roma Orvieto: uma experiência inesquecível
Credits: imagens de repertório Perugina. As fotos com a escrita post-italy.com são de autoria desse blog.
Que graça de cidade Anelise!
Agora, não vou negar que coloquei todo o meu foco no chocolate :D. Eu amo esse chocolate e raramente encontro na Suécia. Uma pena!
Pingback: Miniguia de sorveterias em Roma – Revista Maranhao Turismo