A tendência das férias italianas km 0
O sonho da maioria dos italianos é passar as férias bem longe de casa, preferivelmente em um país exótico, certo? Não é bem assim. Quem mora na Europa aguarda ansiosamente as férias de verão, mas quem tem filhos quase sempre é obrigado a esperar o encerramento do ano letivo para organizar uma viagem.
O mês de agosto representa o ápice das férias na Itália e isso comporta, muitas vezes, a necessidade de reservar hotéis com antecedência, frequentar praias lotadas, enfrentar aeroportos congestionados e quilômetros de filas nas rodovias. Um estresse antes mesmo de partir!
O fato é que muitos italianos decidiram não homologar-se e renunciar ao ritual de demonstrar o próprio status social com as férias; um comportamento que os sociólogos italianos definem com a palavra interstizio (intervalo), ou seja, diferenciar-se.
De acordo com os dados calculados pela consultoria Euromonitor International, para cerca de 20% dos italianos o melhor lugar para passar as férias é, pasmem, em casa! Claro que a crise econômica incide nessa decisão, mas não é o único motivo.
Segundo a Confesercenti (associação que representa pequenas e médias empresas de diversos setores), o valor médio gasto em uma viagem de férias pelos italianos é de 840 euros por pessoa, mas o que estimula essa percentual de italianos a optar por essa escolha é a vontade de descobrir lugares próximos que nunca temos tempo de visitar.
São cada vez mais numerosas as famílias italianas que munidas de um mapa da própria cidade decidem explorar museus, galerias, parques e monumentos até então não explorados: o fenômeno chamado de staycation ou férias a KM 0.
Na correria do dia-a-dia e na rotina casa-escola-atividades esportivas e afins não é raro que as famílias vivam no microcosmo do próprio bairro e, por exemplo, nunca tenham entrado no Coliseu.
Apesar do calor excessivo, permanecer em uma cidade grande no verão significa ter a chance de vê-la quase vazia e curtir as suas belezas sem pressa. Além dos clássicas atrações turísticas, a maioria das metrópoles italianas oferece diferentes opções culturais e de lazer e muitas delas não exigem nenhum gasto econômico. Curtir os novos murais de street art, na capital ou admirar o novo skyline de Milão são passeios divertidos e a custo zero.
Vale lembrar que muitos moradores de grandes cidades são originários da província ou de outras localidades e não é raro que voltem à própria cidade natal durante as férias.
Entre os italianos que optaram por uma viagem, 35% diminuiu o número total de dias fora de casa e 2/3 optaram por uma meta próxima. O número de pessoas que não renunciam a um bate-volta também é consistente. Durante o ano, calcula-se que 67 milhões de italianos fazem pelo menos uma excursão de um dia fora de casa.
Outro fenômeno italiano é aquele dos pais separados com filhos: cerca de 13% da população. Trata-se de uma percentual crescente na qual as agências e operadores turísticos estão de olho.
Uma das mais famosas empresas de cruzeiros italianas idealizou um pacote pensado para um adulto acompanhado de um menor de 18 anos e no país nasceu, inclusive, uma community pensada exclusivamente para pais separados que procuram pacotes turísticos especializados: gengle.it, (Genitori Single).
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