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Itália em alerta contra o coronavírus. A situação atual no país

Coronavírus na Itália. Quem está com viagem marcada para o país provavelmente enfrenta um momento de apreensão. É normal perguntar-se qual é a atual situação do número de vítimas do Covid-19 e como o governo italiano está enfrentando o estado de emergência.

Se as estatísticas contam, os números oficiais relativos aos casos de contágio mudam de hora em hora. Até a publicação desse artigo, os dados divulgados pelo Ministério da Saúde e Protezione Civile confirmaram 5061 pessoas afetadas, 589 pacientes curados e 233 mortes. (dados divulgados pelo Ministério da Saúde no dia 7 de março às 18h, hora italiana).

Vale sublinhar, no entanto, que a maior parte das vítimas era composta por pacientes idosos, com idade superior a 81 anos e já internados com outras patologias.  

Coronavírus na Itália

Até agora, a maioria dos casos concentra-se na região da Lombardia, no norte da Itália, mais precisamente nos arredores da pequena cidade de Codogno, na província de Lodi. Eu estive lá há cerca de dois anos, durante um passeio organizado pela escola da minha filha. Lembrando-me de sua tranquilidade, em suas ruas pacatas, hoje me parece estranho pensar no clima de pânico que os seus moradores estão enfrentando.

Para conter os casos de contágio, foram impostas severas medidas de segurança que poderão ser prorrogadas. As escolas e universidades de toda a Itália permanecerão fechadas até dia 15 de março ou até nova comunicação por parte das instituições locais. Museus, teatros como o Teatro alla Scala, a Pinacoteca de Brera, cinemas e outros locais de agregação também deverão fechar suas portas ao público. O Salone del Mobile de Milão também foi adiado para junho. Já o Duomo de Milão reabriu suas portas ao público, com fluxo controlado, no dia 2 de março.

Coronavírus na Itália

Nos comuni ou cidades consideradas “zona rossa” (zona vermelha), ou seja, Codogno, Castiglione d’Adda, Casalpusterlengo, Fombio, Maleo, Somaglia, Bertonico, Terranova dei Passerini, Castelgerundo e San Fiorano não se entra e não se saí. Se trata de una zona de 40 quilômetros de extensão controlada dia e noite por cerca de 500 policiais. Os residentes ficarão isolados e só o comércio de produtos alimentícios  permanecerá aberto. Nem a missa foi celebrada no domingo. Na TV repetem-se cenas de moradores que dirigem-se aos supermercados na esperança de voltar para casa e encher a dispensa. As autoridades, como policiais, deverão utilizar, obrigatoriamente, luvas e máscaras cirúrgicas.

A bordo dos trens, funcionários usarão máscaras e colocarão álcool-gel para as mãos à disposição dos passageiros

Algumas empresas da região Lombardia decidiram anular a participação em feiras e eventos e Giorgio Armani  participou da semana da moda em Milão de portas fechadas. Também avalia-se a hipótese de jogar a série A série A do campeonato de futebol italiano sem abrir os estádios ao público. Muitas empresas da região também optaram pelo homeworking.

No Vêneto, além das escolas fechadas foi anulado o Carnaval de Veneza, monumentos como a Basílica de São Marcos foram fechados e os vaporetto que circulam pela Laguna serão higienizados. Em toda a Itália, o governo decidiu impedir temporariamente passeios escolares. O não cumprimento das regras poderá ser punido com multas e até prisão de três meses.

Além das fronteiras, a Áustria bloqueou um trem proveniente da Itália, suspeitando dois casos a bordo. A Romênia exige o isolamento para passageiros provenientes das regiões Lombardia e Vêneto.

Por enquanto, o governo italiano descarta a hipótese de impedir a circulação de pessoas entre os países da área Schengen. Os representantes do governo sublinham que não é necessário disseminar pânico.

Para quem viaja para o país, é importante saber que além do número 112, desde sempre aquele predisposto para emergências, o telefone 1500, gratuito, também funciona sete dias por semana, das 8h às 20h, para fornecer qualquer esclarecimento. O número 112 só deve ser usado para pessoas com sintomas semelhantes aqueles provocados pelo coronavírus. 

Coronavírus na Itália

Na região Lombardia, o número criado especialmente para informações e esclarecimentos é o 800894545. Já no Vêneto, o número é o 800462340

Uma indicação importante repetida diversas vezes pelos médicos italianos é aquela de não dirigir-se imediatamente ao pronto socorro em caso de sintomas, mas procurar orientação médica antes de lotar um espaço público.

Antes mesmo que a Organização Mundial da Saúde declarasse a gravidade da emergência global, a Itália foi um dos primeiros países a adotar medidas restritivas e de precaução para evitar a difusão do Covid-19. Mesmo criticada por outros chefes de estado, a Itália fechou suas fronteiras, proibindo voos da e para a China, adotou imediatamente o uso de scanners para medir a temperatura dos passageiros nos aeroportos, e programou-se para que eventuais casos de contágio fossem isolados em zonas predispostas para a quarentena.

Coronavírus na Itália

O governo também organizou o retorno em pátria de cidadãos italianos que encontravam-se em território chinês e de todos os italianos que encontravam-se a bordo do navio de cruzeiro Diamond Princess, bloqueado no porto de Yokohama, no Japão.

Apesar das medidas de isolamento, o clima de preocupação é tangível. A mídia noticia a escassez de produtos como máscaras de proteção e álcool em gel nas farmácias. E o medo difunde-se mais rapidamente do que o vírus.

O que muitos especialistas sustentam é que não há necessidade de criar pânico. O número de casos italianos registrou um rápido incremento porque o país está efetuando testes não só em pacientes que já apresentam sintomas, mas até em casos suspeitos. Provavelmente, outras nações com menor infraestrutura sanitária não divulgam casos porque não foram sequer identificados. As autoridades italianas reúnem-se diariamente para acompanhar a situação e prometem redobrar as medidas de segurança caso necessário.

Para estatísticas atualizadas diariamente, consulte o site www.salute.gov.it 

 

 

 

 

 

 

This article has 2 comments

  1. Aline C.

    Obrigada pelos esclarecimentos.
    Eu tinha planos de ir em agosto ou setembro, mas, como ainda não comprei passagem, vou observando as notícias, assim como todos. Espero que tudo se resolva em breve.

  2. anelise sanchez

    Obrigada por acompanhar o blog! Vou tentar atualizar sempre os leitores e espero que venha em breve!

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