Jubileu da Misericórdia em Roma: 10 curiosidades
O Jubileu da Misericórdia em Roma está prestes a começar. A partir do mês de dezembro, a capital italiana será uma das capitais europeias sob os holofotes da mídia mundial.
No próximo dia 8 Papa Francisco inaugura o evento religioso mais importante do ano, mas do que se trata e porque esse é considerado um evento extraordinário?
Antes de mais nada, vale a pena lembrar que o Jubileu é uma celebração muito antiga e que a sua origem não é exatamente católica.
Na verdade, a palavra Jubileu deriva da palavra Yòbel, em língua hebraica, e indica o chifre do carneiro usado para anunciar um ano festivo. Tal celebração comportava atitudes como a restituição da liberdade aos escravos, a devolução de terras aos seus antigos proprietários e a anulação de eventuais dívidas.
Na tradição católica, o Jubileu representa a remissão dos pecados dos fiéis. É um período dedicado à reconciliação e à conversão.
Nesse post, reúno diversas curiosidades sobre esse evento histórico para Roma e para os católicos do mundo todo.
- O primeiro Jubileu aconteceu em 1300 e foi promulgado pelo Papa Bonifácio VIII. O curioso é que ele tinha valor retroativo e o perdão era concedido a todos os fiéis que depois de arrependidos e de terem se confessado visitassem a Basílica de São Pedro por 30 dias (no caso de cidadãos romanos) ou por 15 se tratava-se de um peregrino.
- Inicialmente, o Ano Santo era promulgado somente a cada 100 anos, mas a partir de 1475 o Jubileu passou a ser realizado a cada 25 anos para que cada fiel tivesse a chance de vivenciar o evento pelo menos uma vez na vida. O Jubileu de 2015 é extraordinário porque não segue essa periodicidade.
- O primeiro Ano Santo foi tão importante que Dante Alighieri citou o evento na famosa Divina Comédia.
- O rito inicial do Jubileu é marcado pela abertura da chamada Porta Santa e representa, simbolicamente, a idéia que durante o evento os fiéis podem percorrer um percurso para a salvação. Além da Basílica de São Pedro, são abertas as portas das outras três basilicas papais de Roma (São Paulo Extra-Muros, São João de Latrão e Santa Maria Maior).
- Uma particularidade do Ano Santo de 2015 é que a celebração não será realizada exclusivamente na capital italiana, mas em todas as outras dioceses e santuários católicos do mundo todo.
- Em 1450, durante o pontificado de Nicolau V, quem não realizava a peregrinação até Roma poderia obter uma indulgência depositando uma oferta para a igreja católica.
- Na história do Jubileu foram diversas as maneiras de receber uma espécie de anistia espiritual. Como o artista Michelangelo já era idoso, a igreja permitiu que ele realizasse o percurso pelas quatro basílicas papais a cavalo e não a pé.
- Antes do Ano Santo anunciado por Papa Francisco os últimos Jubileus extraordinários foram realizados em 1933, por Papa Pio XI, e em 1983, por João Paulo II.
- Em ocasião do Jubileu de 1750 foram restauradas todas as igrejas de Roma e a cúpula da Basílica de São Pedro e as colunas desenhadas por Bernini que decoram a praça homônima foram iluminadas por tochas
- Em 2000, Papa João Paulo II quebrou uma tradição e abriu a Porta Santa da Basílica de São Pedro com as mãos, ao invés de utilizar um martelo de prata. O pontífice é o primeiro a atravessá-la, levando na mão direita uma cruz e na esquerda uma vela acesa.