Villa Giulia, mansão com toques de Michelangelo dedicada aos etruscos
Roma possui museus para todos os gostos e além de seus acervos extraordinários muitos deles reservam surpresas antes mesmo que você supere o seu ingresso.
O Museu Nacional Etrusco ou Villa Giulia é um deles. Na verdade, o edifício que desde 1889 é a sede de um dos maiores espaços expositivos dedicados à arte etrusca é uma mansão. Não uma qualquer. Se trata de uma “villa” construída em 1550 com um objetivo bem preciso.
Naquela época o pontífice era Júlio III e a construção serviria como uma casa de veraneio para o Papa. Em seu jardim foram plantadas quase 40 mil árvores e posicionada uma grande coleção de estátuas. O cenário perfeito para um descanso.
‘Villa Giulia foi projetado por Jacopo da Vignola e Bartolomeo Ammannati com o auxílio de ninguém menos que Michelangelo e Giorgio Vasari e a sua finalidade inicial acabou cedendo espaço aos hóspedes do Vaticano. A Rainha Cristina da Suécia foi um dos personagens que se hospedou lá.
O edifício foi restaurado em 1769 e após a unificação da Itália passou a ser uma propriedade do estado até transformar-se em museu. Villa Giulia é um espaço belíssimo que abriga um rico acervo de antiguidades etruscas. A suntuosidade no interior e no exterior da “villa” é tanta que ela chegou a ser considerado a oitava maravilha do mundo.
Quando falamos de etruscos, é importante saber que se trata de uma civilização pré-romana que ocupou a Pensínsula Itálica por volta de 1200 a 700 a.C. Eles estabilizaram-se principalmente os territórios que hoje correspondem às regiões Toscana, Umbria e Lácio. Um dos principais vestígios dos etruscos são as necrópoles presentes nessas áreas.
Para a civilização etrusca, o culto da morte era importante e por isso realizavam ritos fúnebres complexos. No Museu Nacional Etrusco você encontrará um famoso sarcófago do século 6 a.C. Ele será facilmente reconhecido porque representa um casal em um banquete na vida após a morte.
O talento dos artistas etruscos também pode ser conferido em outros objetos como o Cofre Ficoroni, criado para guardar enxoval de casamento e acessórios de beleza, como espelhos. Inúmeros também são os exemplos de vasos realizados pelos faliscanos, uma tribo itálica sob influência etrusca. Os objetos de cerâmica eram pintados com desenhos complexos eram utilizados para armazenar produtos como o vinho ou azeite ou trigo, plantios que aprenderam com os gregos.
Além da cerâmica e do bronze, os etruscos também trabalhavam com o ferro, produziam barcos e cordas para navios. Quando pensamos em uma civilização avançada é fácil lembrar dos romanos, mas vale a pena sublinhar que na época da fundação de Roma os etruscos eram um povo refinado e cheia de talentos. Tinham um alfabeto próprio e transmitiram muitos conhecimentos aos romanos.