O Nascimento de Vênus, a obra-prima de Botticelli nas Gallerie degli Uffizi
Qual a forma da beleza? Ela só combina com simetrias? Ou com curvas sinuosas? Mesmo que você nunca tenha estado na Itália, já deve visto alguma imagem de O Nascimento de Vênus, a pintura que Sandro Botticelli realizou em 1495, e hoje exposta nas Gallerie degli Uffizi, em Florença.
Abertas ao público em 1591, hoje são um dos museus mais visitados do país. Seus seis mil metros quadrados abrigam cerca de 1835 obras permanentes e La Nascita di Venere (The Birth of Venus) é uma daquelas que mais atraem os 2 milhões de espectadores que visitam as Gallerie degli Uffizi (Salas 10/14) todos os anos.
Acredita-se que a tela com forte caráter simbólico e mitológico tenha sido inspirada na narração do sexto hino homérico, aquele dedicado ao nascimento de Afrodite a partir da espuma do mar. O poeta descreve com riqueza de detalhes o momento no qual Zéfiro e Aura, deuses dos ventos de primavera, sopram Afrodite, com a suave espuma das ondas, rumo a Chipre.
Chegando ali, ela é recebida pelas jovens filhas de Zeus, que as vestem com trajes divinos, decorados com flores. Afrodite é levada até a morada dos deuses e todos eles, ao vê-la, ardem de amor. Outra interpretação é aquela que a pintura seja uma alusão ao batizado de Jesus. Por isso, é considerada uma pintura que celebra o amor físico e espiritual.
O Nascimento de Vênus é um dos quadros símbolos da Renascença italiana e o rosto de Afrodite é aquele de Simonetta Vespucci, fidalga amada por Giuliano de’ Medici, irmão de Lorenzo, conhecido como O Magnífico. O momento no qual Sandro Botticelli realiza o quadro é narrado em detalhes em um dos episódios da série de TV Medici: Master of Florence. Você já asisstiu? Em caso negativo, é uma ótima maneira de aprender um pouco mais sobre a família nobre mais poderosa da história da Toscana.
Simonetta Vespucci morreu jovem, aos 23 anos, e sua beleza era considerada incomparável, mas se observarmos com atenção os detalhes do quadro, podemos notar que, ao retratá-la, Sandro Botticelli privilegiou a elegância em vez da precisão anatômica tão estudada por artistas como Leonardo da Vinci, por exemplo.
Nessa pintura de têmpera sobre tela, a pálida cor da pele de Alfrodite lembra o mármore e a escultura Vênus dos Medici, também presente nas Gallerie degli Uffizi e que provavelemnte Botticelli já conhecia.
Seu pescoço é longo e seus ombros foram colocados em uma posição anatomicamente improvável. Com as mãos ela esconde os seios e com os cabelos compridos cobre parcialmente o corpo.
O tema da pintura era insólito para a época, marcada por uma produção artística se atinha a temas essencialmente católicos. Por isso, é difícil acreditar que ela tenha escapado da perseguição de Girolamo Savonarola, que instigou a destruição de obras com influências pagãs.
Para a nossa sorte, ela ainda está nas Gallerie degli Uffizi e enquanto aguardamos para poder voltar a admirá-la nos museus, você pode fazer uma visita virtual para verificar de pertinho, de sua casa, os detalhes do quadro. Clique aqui, e preencha a tela do seu computador ou celular de beleza.
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