O fascinante parque arqueológico de Ostia Antica
Com um pouco de imaginação, fechando os olhos é possível imaginar uma cena da vida cotidiana em Ostia Antica (Ostia Antiga). O vai e vem de escravos e cidadãos que circulavam entre tavernas, casas, termas e armazéns. Comerciantes que controlavam os carretos repletos de mercadorias descarregadas sob os pórticos.
Se antes Ostia Antica já era um bate-volta imperdível, na primavera percorrer o sítio arqueológico do litoral romano é uma experiência ainda mais enriquecedora.
Prepare-se para passar várias horas no local, considerando que do lado esquerdo do “Decumanus Maximus” – a rua principal que atravessava a cidade de leste a oeste – foram abertos ao público outros 187 ambientes. Graças a um investimento de 1,8 milhão de euros, turistas e romanos agora podem visitar outros 13 mil metros quadrados de edifícios restaurados.
Os ambientes foram liberados da vegetação e a superfície de cada um deles foi lavada manualmente para eliminar a pátina biológica que escondia a sua beleza. Em seguida, as estruturas danificadas pela erosão foram reparadas com materiais originais ou realizados com técnicas idênticas aquelas usadas no II século.
Entre os monumentos mais interessantes estão as 31 salas das chamadas Terme dell’Invidioso, recobertas de mosaicos que representam figuras marinhas – o Caseggiato del Sole, exemplo de arquitetura residencial e comercial – a sede de um colégio sacerdotal e um mitreo, um lugar de culto decorado com afrescos de serpentes.
Muitos turistas de passagem pela capital organizam um passeio até Pompeia. Ignoram Ostia Antica – que fica a menos de 40 km de Roma – sem saber que se trata de uma das maiores cidades antigas do Mediterrâneo.
Se você curte arqueologia, calce um par de sapatos confortáveis e prepare-se para explorar um centro comercial cuja hegemonia durou por mais de seis séculos. O ideal é fazer o passeio em um dia de sol porque você caminhará bastante, sempre ao aberto.
Na época republicana Ostia Antica foi o principal porto de Roma e as suas inúmeras ruínas são o emblema de sua importância. Para você ter uma ideia de sua relevância, basta saber que na área conhecida como Piazzale delle Corporazioni existiam “escritórios” que representavam as cidades ou países que mantinham relações comerciais com Ostia. Em cada um desses locais o pavimento é decorado com mosaicos. Aquele que representava a cidade de Sabratha (Líbia), por exemplo, é identificado com a figura de um elefante.
Da África, Roma importava principalmente trigo; ingrediente que era distribuído gratuitamente. Para orientar-se entre seus tantos monumentos, sugiro que junto com o seu ingresso você adquira um mapa do sítio arqueológico. Se você alugar um audioguia receberá um deles, com a legenda dos principais pontos de interesse do sítio arqueológico. De acordo com as indicações contidas no documento, você pode seguir um tour breve – que percorre 16 paradas (4 km) e dura cerca de três horas – ou um tour de 9 km por 60 paradas que dura – vejam bem- cerca de sete horas!
Percorrendo o Decumanus Maximus você cruzará com lugares como o Fórum, pelo principal templo da cidade – dedicado a Júpiter, Juno e Minerva – com casas, teatro, lojas, termas e locais de agregação pública como o Thermopolium, um bar cujo balcão e pinturas possuem o “cardápio” da época.
Um pouco mais afastadas da rua principal ficava a área residencial de Ostia Antica. A maior parte de seus habitantes morava em edifícios de três ou quatro andares conhecidos como insulae, mas na cidade também existiam casas com decoração opulenta. Exemplos são a Casa di Diana – que tinha até termas particulares – e a Casa dei Dioscuri, enriquecida com mosaicos coloridos.
Ostia Antica começou a perder a sua hegemonia a partir do século V d.C, depois de uma epidemia de malária e da concorrência de outro porto. No século XVIII o seu Fórum foi usado como curral, mas o recente restauro e projetos de revitalização prometem colocar o sítio arqueológico na rota do turismo internacional.
Até 2019, é prevista a abertura de uma linha de navegação que da Ponte Marconi, no rio Tibre, em Roma, transportará turistas até Ostia Antica.
O sítio arqueológico também possui uma área de cafeteria-restaurante e depois desse passeio sugiro que você conheça o gracioso burgo de Ostia Antica e o castelo de Júlio II, a poucos metros de lá.
Ostia Antica: Viale dei Romagnoli, 717. Para chegar lá de Roma: Linha B do metrô até a parada Porta San Paolo (Piramide) e, em seguida, pegar o trem que percorre a linha Roma-Lido. Descer na parada Ostia Antica.
É bom saber: Fechado sempre às segundas-feiras. Do último domingo de outubro até 29 fevereiro, a entrada no sítio arqueológico é permitida das 8h30 às 16h30. De 1 até 31 de março, até às 17h15. De 1 de abril até 30 de setembro até às 19h. De 1 até 24 de outubro até às 18h30.
Ingressos: o preço do bilhete é de 18 euros e 2 euros para jovens residentes na União Europeia com idade entre 18 e 25 anos. Se precisar, nós organizamos seu passeio até lá com acompanhante em língua portuguesa.
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