Passeando pelo Panteão em Roma
Lembro que, a primeira vez que estive em Roma, fiquei surpresa com a indiferença dos romanos diante de tanta beleza concentrada em uma única cidade.
Perguntava a mim mesma: mas como é possível que todos esses motoristas passem, por exemplo, na frente do Coliseu sem sequer dar uma olhadinha nele ou lançar um suspiro de admiração? Os romanos são sim “campanilistas”, ou seja, ligados à própria cidade, mas talvez não de maneira ostentada como fazem os habitantes de Siena, por exemplo.
Hoje, depois de quase 20 anos morando aqui, entendo que estamos tão absorvidos pela nossa rotina e pelas nossas obrigações que é fácil esquecer de valorizar esse imenso patrimônio arquitetônico. Por esse motivo, acho que de vez em quando é legal voltar a explorar monumentos que já visitei outras vezes e foi isso e fiz no último final de semana.
Dessa vez a minha meta foi o Pantheon, o edifício antigo mais bem preservado da capital italiana. A primeira coisa que salta aos olhos observando o monumento é a escrita”M. Agrippa L. F. Cos. Tertium fecit” , ou seja, “Construído por Marco Agrippa, filho de Lúcio, pela terceira vez cônsul”.
No entanto, a atual estrutura do Pantheon foi erguida e, também dizem, projetada, por Adriano por volta de 118 d.c, que decidiu manter na fachada do edifício a sua inscrição original.
Adriano sempre foi considerado um dos mais cultos entre os imperadores romanos e a sua intenção era aquela de edificar um lugar para abrigar divindades romanas e estrangeiras. Essa sua “abertura mental” foi o resultado de suas inúmeras viagens por diferentes territórios conquistados pelo império romano e a sua admiração pelos costumes de outros povos.
Quando foi inaugurado, um grupo de sacerdotes zelava pelas estátuas das divindades e o acesso ao templo pagão era restrito a poucas autoridades. Hoje, para a nossa alegria, o monumento é aberto a todos.
Quem olha para o alto do Pantheon nota imediatamente a sua cúpula abobadada caracterizada por alvéolos quadrangulares e uma original abertura circular, pensada em homenagem ao deus do Sol. Graças à ela, um lindo fecho de luz invade o Pantheon e, nos dias de chuva, a água é escoada graças a sua pavimentação ligeiramente convexa. Observem isso quando colocarem os pés nesse lugar.
Por volta do século XVII, durante o período de expansão do Cristianismo e desmantelamento do Império Romano, o Pantheon foi transformado em uma igreja chamada de Santa Maria ai Martiri.
Mais tarde, quando foi proclamada o fim da monarquia e a União da Itália o local passou a ser uma espécie de santuário para abrigar o túmulo de várias personalidades italianas como os monarcas Vittorio Emanuele II e Umberto I, da rainha Margherita di Savoia e também um discreto monumento à Rafael.
Uma outra curiosidade: do alto do Pantheon foram eliminados dois campanários desenhados em época Barroca por ninguém menos que Gian Lorenzo Bernini. Eles foram apelidados pelos romanos de “orelhas de burro”! Para quem se aventurar por lá, é útil saber que a entrada no Pantheon custa 5 euros.
Pessoal, da pra subir nele e e ver Roma de cima?
Vcs tem algum post sobre vistas 360 da capital?
Beijosss adoro o site de vcs