Ponte Vecchio em Florença e o “novo” Corredor Vasariano
Acredito que a maioria de nós não é muito fã da socialização forçada, do constrangimento de situações cotidianas como aquela de compartilhar com estranhos o espaço do elevador ou do ônibus lotado.
Para não sofrer com momentos assim muitos se conformam, mas a família mais poderosa da história da Toscana, os Medici, resolveu esse inconveniente de outra maneira.
O Ponte Vecchio (em italiano a palavra ponte é masculina) é um dos símbolos mais emblemáticos do luxo em Florença. No entanto, se hoje percorrer e admirar as suas vitrines repletas de joias é um verdadeiro deleite para os olhos, em 1345, quando foi construída pelo aluno de Giotto, Taddeo Gaddi, o cenário era bem diferente. Inicialmente, o espaço foi ocupado por açougueiros, ferreiros e curtidores.
O barulho e o cheiro desagradável acabaram acelerando as desavenças com os vizinhos e por isso, em 1593, o duque Fernando I decidiu expulsá-los e substituí-los com ourives e joalheiros, capazes de pagar mais pelo aluguel das lojas.
Se você observar a parte superior do Ponte Vecchio notará por cima das lojas um corredor que une o Palazzo Vecchio, sede do governo, ao Palazzo Pitti, antiga residência da poderosa família Medici, passando pelas Gallerie degli Uffizi.
O chamado Corridoio Vasariano leva esse nome porque foi projetado em 1565 pelo arquiteto Giorgio Vasari sob ordens do duque Cosimo I de Medici.
Na ocasião do casamento entre seu filho Francesco I e Giovanna d´Austria, a ideia era evitar que os convidados para a cerimônia tivessem que atravessar o Ponte Vecchio misturando-se ao povo e permitir que a família não corresse riscos em caso de rebelião popular depois da abolição da Repubblica Fiorentina.
Nessa passagem de aproximadamente um quilômetro era conservada uma das maiores coleções europeias de autorretratos e na parte central do corredor fica um de seus pontos panorâmicos mais belos.
Em 1938, Benito Mussolini ordenou a abertura de janelas com vista para o rio Arno na direção da Ponte di Santa Trinità. O ditador queria agradar Hitler, que durante a sua visita à Florença ficou tão impressionado com a paisagem que durante a Segunda Guerra Mundial não bombardeou Ponte Vecchio, que foi a única não destruída durante o conflito bélico.
Outra curiosidade sobre o Corridoio Vasariano é que ali também fica uma janela com uma grade de ferro que permite a vista do interior da igreja chamada Chiesa di Santa Felicita. Dali a família Medici podia assistir as celebrações litúrgicas de uma posição privilegiada.
A novidade anunciada pelo diretor das Gallerie degli Uffizi, Eike Schmidt, é que provavelmente a partir de 2020 ou, na pior das hipóteses, 2021, cerca de 125 visitantes por vez poderão percorrer o Corredor Vasariano do museu até o Palazzo Pitti. Será um percurso panorâmico reaberto ao público. Estima-se que, por ano, 500 mil pessoas poderão atravessar o local.
O itinerário não terá mais os mais de 700 quadros que decoravam o Corredor Vasariano e que já foram transferidos para ambientes como a Galleria delle Statue e delle Pitture.
Em compensação, serão abertas 73 janelas que permitirão aos visitantes a chance de contemplar o panorama de Florença e o espaço abrigará esculturas antigas e afrescos de 1500. O corredor havia sido fechado ao público em 2016, por motivos de segurança e o novo projeto custará cerca de 10 milhões de euros.
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