Roma mística: a porta mágica e a busca da pedra filosofal
Roma não é só a cidade que vive à sombra do Vaticano, mas uma capital que também é capaz de revelar o seu lado mais místico e secreto.
Nos jardins da Piazza Vittorio Emanuele II, no bairro multiétnico conhecido como Esquilino, encontra-se uma porta que até hoje suscita a curiosidade de muitos turistas.
Conhecida como “Porta da Alquimia” ou “Porta Mágica”, esse retângulo de pedra calcárea era, provavelmente, o ingresso para o jardim secreto da mansão do marquês Massimiliano Palombara, contruída por volta de 1655.
No final do século XIX a propriedade foi demolida, cedendo lugar à praça, mas a porta foi conservada e posicionada em um muro do século II d.C dos jardins de Piazza Vittorio.
O que os estudiosos contam é que o marquês Palombara era um homem culto, fascinado por alquimia e ciências, e que em sua mansão possuia um verdadeiro laboratório para realizar seus experimentos.
Ao que tudo indica, ele costumava convidar em sua propriedade personagens ilustres do mundo da astrologia e da alquimia para discutir fórmulas secretas e tentar descobrir como transformar o chumbo em ouro.
Desde a Idade Média, uma das principais ambições dos alquimistas era obter a chamada “pedra filosofal”, um objeto ou substância lendária capaz de transformar metais inferiores em ouro e, eventualmente, obter o elixir da longa vida.
Um dia, Giuseppe Francesco Borri, um jovem expulso de um colégio jesuíta porque dedicava-se mais às ciências ocultas do que à teologia, teria pedido para que o marquês financiasse os seus experimentos ou consentisse que ele utilizasse os laboratórios da mansão.
Os estudos de Borri duraram muito tempo, até que um dia ele sumiu, deixando no laboratório do marquês vestígios de pó de ouro e algumas pergaminhas com fórmulas secretas.
Durante anos, Palombara tentou, em vão, contatar estudiosos capazes de decifrar as pergaminhas, até que decidiu gravar na “Porta da Alquimia” todas aquelas inscrições e símbolos cabalísticos.
Sobre a porta também existe uma estrela de Davi e, ao lado dela, duas estátuas de mármore que representam Bés, uma antiga divinidade egípicia.
Atualmente, um portão de ferro circunda a área da “Porta Mágica”, ma mesmo assim você consegue vê-la, passeando pelos jardins de Piazza Vittorio.