Itália: mais cães e gatos, menos crianças

Há algumas semanas, Papa Francisco voltou a suscitar polêmicas.

Em um de seus discursos, o pontífice provocou perplexidade em muita gente ao comparar a indiferença em relação ao próximo com o afeto excessivo dedicado aos animais domésticos.  “Quantas vezes vemos pessoas que cuidam de gatos e cães e depois não ajudam o vizinho que passa fome?”, sublinhou.

Muitos proprietários de cães, gatos, peixes, papagaios ou outros animais não aprovaram o discurso. Entre os usuários das redes sociais, muitos italianos publicaram comentários sobre esse tema, mas será que o amor pelos animais é mesmo tão acentuado por aqui?

As estatísticas demonstram que na Itália é um país tão pet-friendly que em muitas cidades o número de animais domésticos supera aquele de crianças entre os 0 e os cinco anos de idade. Os dados divulgados em 2016 pelo relatório do instituto de pesquisa Eurispes confirma que quase 50% das famílias italianas possui um animal em casa; para ser mais exata 43,3%. 

Em grandes metrópoles como Roma, o predomínio da presença de animais sobre o número de crianças é muito evidente.

Na capital italiana, de acordo com os números do instituto Istat, os menores de cinco anos não chegam a 155 mil crianças. Já os gatos domésticos são quase 180 mil e os cães 155 mil. Tentei reunir em um infográfico alguns dos dados mais significativos sobre esse tema. Os números são aqueles da Anagrafe Canina.

Pelo que tudo indica, com o baixo crescimento demográfico da população italiana, a tendência é que os animais serão, definitivamente, os protagonistas dos sofás das casas dos italianos