Colinas do Prosecco italiano são eleitas patrimônio mundial pela Unesco
As colinas do prosecco superior de Conegliano Veneto e Valdobbiadene acabam de ser declaradas patrimônio cultural e natural da humanidade pela Unesco. A votação do World Heritage Commettee, composto por representantes de 21 nações, foi unânime e anunciada em Baku, no Azerbaijão.
O comitê considerou a beleza única da paisagem agrária composta pelas colinas de Conegliano e Valdobbiadene, territórios de 9,1 mil hectares de superfície onde desde a Idade Média o terraçamento com bordas herbosas é a maneira privilegiada de cultivar as videiras.
A decisão reforça a posição da Itália no vértice dos países com o maior número de monumentos classificados como patrimônios mundiais, que atualmente são 55.
O prosecco é a bebida italiana mais consumida no mundo todo. Segundo a associação de agricultores Coldiretti, em 2018 foram produzidas 464 milhões de garrafas. Duas entre cada três delas foram vendidas no exterior, principalmente no Reino Unido.
A zona de produção do Prosecco DOC estende-se entre quatro províncias da região do Fiuli Venezia Giulia (Trieste, Gorizia, Pordenone e Udine) e em cinco do Vêneto (Veneza, Vicenza, Belluno, Padova e Treviso). Também é importante ressaltar que quando a colheita das uvas, o processo de vinificação e o engarrafamento são realizados exclusivamente nas províncias de Treviso e Trieste se usa mas denominações especiais Prosecco DOC Treviso e Prosecco DOC Trieste.
Prosecco, na verdade, é o nome de uma cidade na província de Trieste, vilarejo que, segundo documentos literários italianos já produzia vinho desde 1500. A ótima forma e saúde da mulher do imperador Ottaviano Augusto eram atribuídas ao vinho Pucino, adorado pelos romanos e originário da área do Prosecco.
Já o espumante conhecido como prosecco tem mais de 140 anos de história e foi em Conegliano que em 1876 foi fundada a primeira escola enológica italiana.
As uvas empregadas no Prosecco DOC são principalmente (cerca de 85%) aquelas da variedade Glera, uma videira robusta com cachos de cor amarela-dourada e ótima acidez. Os restantes 15% são compostos por variedades locais menores como Verdiso, Perera e Bianchetta Trevigiana, Glera lunga, junto com Pinot e Chardonnay.
O processo de fabricação do prosecco é delicado porque conserva as uvas inteiras e evita a fermentação espontânea. Tudo começa com a seleção das melhores uvas para a produção do vinho branco e assim o açúcar é transformado em álcool e gás carbônico.
A atividade das leveduras, também chamada de fermentação, dura entre 15 e 20 dias a uma temperatura máxima de 18 °C para preservar o aroma e as fragrâncias mais delicadas. A primeira variedade a ser engarrafada é o Prosecco Tranquillo, enquanto as variedades Frizzante e Spumante passam pela segunda fermentação seguindo o método Martinotti. A fermentação acontece em um grande tanque de inox, chamado de autoclave e capaz de suportar a pressão que dá origem às borbulhas ou bollicine (perlage) do espumante e o perfume que lembram frutas como maça e pera.
O processo dura no mínimo 30 dias e no final dele a temperatura é diminuida para bloquear a fermentação e criar resíduos açucarados que garantem o equilíbrio e a harmonia do prosecco.
Para degustar a bebida, o prosecco deve ser servido em uma taça tulipa e a uma temperatura que oscile entre 6 e 8 graus. Não é uma garrafa para ser conservada e envelhecida. O ideal é consumir o prosecco em no máximo um ano a partir da data de sua produção e conservar a garrafa longe da luz e do calor.
O prosecco é uma bebida versátil e pode ser combinada com diversos pratos, desde entradas até pratos principais e segundos pratos como peixes e moluscos. Um clássico italiano são os pratos a base e verduras típicas de seu território, como o risotto com aspargos ou radicchio. Evite servi-lo para acompanhar sobremesas. Nesse caso, vale a regra da concordância doce pede doce. Melhor optar por vinhos licorosos.
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Villa Morona de Gastaldis, em Valdobbiadene
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