Viajando no tempo no mercado de antiguidades de Arezzo
Arezzo, na Toscana, é uma daquelas cidades que, por sorte, não cederam a modas na tentativa de atrair milhões de visitantes. E talvez seja justamente graças a essa escolha que ela tenha se confirmado como uma meta para um turismo mais seletivo, de viajantes que chegam até lá à procura da beleza em seu sentido mais amplo.
Antes mesmo de ganhar popularidade mundial com A vida é bela, o filme de Roberto Benigni em boa parte gravado na cidade, Arezzo já era visitada por amantes da arte e da pintura da Renascença.
Ela é a terra natal de Giorgio Vasari, pintor, arquiteto e biógrafo famoso por ter sido o primeiro historiador da arte. Ele registrou a vida e a carreira dos principais expoentes do Renascimento.
Em uma das capelas da Basilica di San Francesco, Arezzo também abriga A lenda da cruz verdadeira, um ciclo de afrescos de um dos artistas mais importantes dessa época: Piero della Francesca.
Se você já esteve nas Gallerie degli Uffizi, em Florença, deve lembrar-se de um dos retratos mais famosos da história pintado por esse artista; aquele dos duques de Urbino, Federico da Montefeltro e sua esposa, Battista Sforza, retratados de perfil.
Para conhecer as principais atrações artísticas da cidade, não deixe de ler o post, O que fazer em Arezzo, a nobre senhora da Toscana.
Se Arezzo estiver nos seus futuros planos de viagem, sugiro que você programe a sua ida até lá no primeiro final de semana do mês. Isso porque nesse período acontece na cidade a Fiera Antiquaria, o maior e mais antigo mercado de antiguidades da Itália.
A tradição não é de hoje. Para quem não sabe, Arezzo sempre foi uma das cidades mais ricas da Toscana e grande parte de sua prosperidade pode ser atribuída à ourivesaria e ao comércio de antiguidades. Ainda hoje, circulando por Arezzo é impossível não notar a grande quantidade de galerias de arte e joalherias.
A Fiera Antiquaria acontece na cidade desde 1968 e, desde então, no primeiro sábado e domingo de cada mês diversas barraquinhas ocupam as ruas do centro histórico de Arezzo, a Piazza Grande e as Logge Vasariane, os pórticos que contornam a sua praça principal.
A ideia de criar esse evento foi de Ivan Bruschi, que se inspirou nos mercados de PortoBello, em Londres, e no Marché aux Puces, de Paris.
Centenas de expositores colocam à venda objetos antigos de todos os tipos; desde joias, quadros, vasos, relógios, livros, móveis, roupas, bolsas, lampadários, instrumentos musicais, discos, máquinas fotográficas, revistas e até peças de decoração.
Mesmo que você não esteja à procura de algo único ou curioso, passear pelo mercado de antiguidades de Arezzo pode ser uma experiência enriquecedora. Folheando as páginas de revistas antigas, as propagandas que divulgavam supostos objetos do desejo nos anos 50, ou observando, por exemplo, as refinadas louças que decoravam as mesas das famílias locais a gente viaja com a imaginação.
Eu dediquei grande parte do meu tempo lendo as mensagens no verso de cartões postais escritos há décadas. A caligrafia e o “tom” das palavras escolhidas para um destinatário querido me fizeram imaginar várias cenas e os personagens que as receberam.
Comprei inclusive, uma com uma palavra que foi censurada pelos correios com um simples borrão de caneta. Não consegui distingui-la, mas consegui entender que foi escrita para um capitão da tropa dos alpinos (tropas de montanha do exército) de Bassano del Grappa, na região do Vêneto.
Os preços dos objetos são os mais variados, desde poucos euros até milhares deles para peças raras como a cabeceira de uma cama ou cadeiras de 1800. Mesmo que saia do mercado de antiguidades sem comprar, não tenha receio de interagir com os comerciantes e pedir informações sobre os objetos e aprender muito sobre o passado.
Como a cidade costuma ser bem movimentada no final de semana dedicado ao mercado, assim que chegar em Arezzo sugiro que procure o estacionamento público que fica na Piazza del Popolo e de lá caminhe até o centro da cidade. As tarifas são mais convenientes, 2 euros/hora.
Na hora do almoço, a pausa pode ser feita no restaurante Le chiavi d’Oro, na Piazza San Francesco, que reinterpreta a cozinha toscana com toques modernos.
Para quem quiser esticar o passeio, um lugar imperdível é o Castello di Poppi e ali pertinho você pode se hospedar na bela Fattorie di Celli.
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Amo viajar o mundo e conhecer grandes feiras antiquárias que existem ao redor do mundo, mas nenhuma me impressionou como uma que conheci no Brasil. Em Pinheiros têm uma loja de peças de Antiguidades chamada S.O.S Móveis Antigos que têm diversos móveis antigos que sempre têm incríveis peças.
Que legal! Essa eu ainda não conheço!