
Inauguração do badalado Mercato Centrale de Roma Termini
Chi dice Italia dice cibo (Quem diz Itália diz comida), mas o Mercato Centrale em Roma quer acrescentar outros dois valores à essa máxima: mercado e cultura.
O novo empório de gastronomia abriu oficialmente suas portas no último dia 5 de outubro, mas nós fomos convidados para participar do evento e da coletiva de imprensa e manhã de degustação que antecipou a inauguração desse novo espaço na capital.
Se você já esteve ou já ouviu falar do característico Mercato Centrale de Florença e da revitalização do bairro ao seu redor, com certeza pode imaginar a configuração do empório romano: um belo espaço repleto de quiosques temáticos com o que há de melhor na gastronomia italiana.
Assim como em Florença o mercado valorizou os arredores de Santa Maria Novella, em Roma o espaço foi estrategicamente criado no interior do lugar conhecido como Cappa Mazzoniana. Se trata de um espaço da estação ferroviária de Termini de grande importância histórica. Antigamente, ali eram preparadas as refeições servidas nos vagões dos trens.
Nos dias anteriores à inauguração, muitos romanos que circulavam pela capital ficaram curiosos com enigmáticos outdoors espalhados pela cidade. O logotipo do Mercato Centrale era acompanhado por uma frase rabiscada na qual a única parte legível era “La bontà è elementare ” (A bondade é elementar).
A ideia do projeto de empreendedorismo idealizado por Umberto Montano e Claudio Cardini é um retorno à essencialidade. Eles explicam que somos superexpostos a imagens e conceitos sobre alimentação, muitas vezes redundantes. Por isso o retorno às origens, ao imprescindível.
No Mercato Centrale de Roma os consumidores encontrarão dezenove quiosques divididos por setores e administrados por nomes que são uma garantia de produtos de qualidade. Quem passar pela estação ferroviária de Termini agora tem à disposição, em um único espaço, vários tipos de restaurantes.
No térreo, os pães e as pizzas são preparados por Gabriele Bonci. Aqui na Itália ele é conhecido como o Michelangelo das pizzas e se você, provavelmente, ouvirá falar muito de seu talento para transformar água, farinha e fermento em obras-primas da padaria. Os vários tipos de queijos são aqueles selecionados por Beppe Giovale, proprietário da famosa loja Beppe e i suoi formaggi, no gueto judaico de Roma.
Para quem não renuncia a carnes de qualidade, será possível degustar um hambúrguer artesanal preparado com a carne de vacas da raça toscana Chianina.
No Mercato Centrale em Roma há opções para todos os gostos: peixes escolhidos na vitrine pelo freguês e preparado na hora, a autêntica pizza italiana, massas frescas com ou sem glúten, as preciosas trufas de Luciano Savini, pratos típicos do street food romano como o suppli (bolinhos fritos de arroz com vários recheios), alcachofras e cogumelos, frios da melhor qualidade e os vários tipos de trapizzino, o canto da pizza branca, dobrado na forma de triângulo e recheado com vários tipos de pratos da culinária romana.
A megaloja também possui quiosques dedicados aos doces sicilianos, sorvetes, chocolates, vinhos, uma cervejaria, uma cafeteria e pratos e vegetarianos. No segundo andar, fica um restaurante e um espaço reservado para eventos.
Eu provei e aprovei a pizza, o hambúrguer de carne de raça Chianina, o suppli e o cannolo siciliano. Para quem estiver de passagem pela estação Termini, esse novo espaço é uma alternativa válida para comer bem sem gastar muito. Para vocês terem uma ideia de custos, um prato de massa fresca custa uma média de sete euros. E o melhor de tudo é que ao Mercato Centrale abre cedinho e só fecha à meia-noite.