Piana delle Orme. O museu que contribuiu com a série Catch-22
George Clooney nunca escondeu o seu amor pela Itália. Além de ser o proprietário da Villa Oleandra, no lago di Como, e de colecionar uma namorada italiana em seu recente passado de sedutor, quase duas décadas depois do sucesso de Plantão Médico ele voltou à TV. Dessa vez, não só como ator, mas também como diretor e produtor executivo de Catch-22.
Se trata da adaptação do romance de Joseph Keller em uma série de seis episódios ambientada durante a Segunda Guerra Mundial. Na Itália, a co-produção da Sky, Paramount Television, Anonymous Content e Smokehouse Pictures é transmitida pelo canal Sky Atlantic.
A obra antimilitarista escrita em 1961 e considerada uma das mais importantes do século XX narra a história de Yossarian, um soldado americano membro de um esquadrão de bombardeiros. O seu cotidiano é marcado pelas inúmeras tentativas de evitar as missões que lhe foram atribuídas.
A única maneira de não participar dos bombardeios é alegar insanidade e pedir para voltar para casa, mas segundo as regras todo aviador que perceba que corre risco de vida e peça para voltar para casa é racional e portanto não apto a embarcar em outros bombardeios de alto risco. Um círculo vicioso que beira o absurdo e nos faz refletir sobre a condição humana e sobre nossas ansiedades.
Com muita ironia, a série ridiculariza a burocracia dos altos escalões militares e coloca em evidência os aspectos insensatos da guerra. No livro, Catch-22 é um regulamento militar, mas a expressão idiomática acabou se tornando sinônimo de uma situação sem saída.
A ideia de Clooney é que série fosse o mais autentica possível e a Itália foi uma grande aliada nessa missão. Durante a Segunda Guerra Mundial o exército americano teve um papel fundamental na libertação da Itália do nazi-fascismo e muitas cenas da série foram gravadas em Viterbo, na Sardegna e nos estúdios cinematográficos de Cinecittà.
A cenógrafa da série é Alessandra Querzola, italiana candidata ao Oscar em 2018 com Blade Runner 2049. Foi ela quem selecionou os veículos, armas, aviões e roupas usadas na série, todos objetos originais encontrados em um lugar que visitei no ano passado junto com amigos, o Museo Storico di Piana delle Orme.
O Museo Storico di Piana delle Orme fica na província de Latina, a cerca de 90 quilômetros de Roma. Na verdade, o local nasceu como uma coleção privada de raros objetos, principalmente militares, e hoje é um parque temático aberto à escolas e ao público em geral. Um espaço sem igual no mundo inteiro pelo número e raridade dos objetos expostos.
São 30 mil metros quadrados de um espaço expositivo que, de uma certa maneira, narra os últimos cinquenta anos de história italiana, no bem e no mal. Em diversos pavilhões você repercorre com os olhos e com a memória as páginas mais importantes, e dolorosas, de vidas acostumadas ao sacrifício.
Em Latina fica a área conhecida como Agro-Pontino, até a década de 30 um território dominado por pântanos e pela malária, recuperados e transformados em zonas agrícolas durante o Fascismo. O Museo Storico Piana delle Orme conta a cultura da Itália agrícola. De um país que resistiu à fome durante a Segunda Guerra Mundial. Que sacrificou jovens. Que viu cidades bombardeadas e centenas de cidadãos deportados.
Você cruzará com diversos “diorama”: ambientes que recriam cenas como, por exemplo, as casas da época, com seus móveis, objetos como máquinas de escrever e brinquedos. Encontrará vagões de trens repletos de personagens que representam homens, mulheres e crianças que nunca mais voltaram depois de transportados aos campos de concentração.
Tapará os ouvidos em salas que reproduzem os sons dos bombardeios. Tocará aviões e tanques de guerra como aquele usado no filme A vida é Bela, gravada em Arezzo por Roberto Benigni. Entenderá o desembarque dos soldados americanos em Anzio. Fará uma viagem pela história.
O Museo Storico Piana delle Orme fica aberto o ano inteiro, mas sugiro que você evite visitá-lo durante o verão porque o calor em seus pavilhões pode colocar a sua resistência à dura prova. Em dezembro e janeiro, aberto das 9h ás 14h e das 9h às 16h nos finais de semana e feriados. Em novembro, fevereiro e março, das 9h às 16h durante a semana e até às 17h nos finais de semana. De abril a outubro das 9h às 18h.
No local também existe uma área com mesas para piquenique e se você viajar com crianças pode ser uma boa pedida fazer uma parada estratégica por lá. Se preferir, também há uma cafeteria/restaurante e uma loja com artigos militares.
Para chegar no Museo Storico Piana delle Orme você vai precisar alugar um carro e percorrer a estrada Pontina/Pomezia/Latina em cerca de 1h30 saindo de Roma. Os ingressos custam 13 euros para adultos e 9,50 euros para crianças de até 14 anos de idade.
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