Pigneto, o bairro periférico de Roma que dita tendências
Antes de mais nada, saiba que em Pigneto (a pronúncia em português seria pi-nhe-to) você não encontrará a clássica Roma dos cartões postais: aquela das fontes monumentais, edifícios históricos ou praças que relembram salas de estar. Pigneto significa cidade sem maquiagem, periferia para todas as tribos.
Pode ser uma de suas metas se você já conhece bem a cidade eterna e procura o lado mais jovem e efervescente da capital italiana.
Distrito da street art, da cultura underground e da via assim como ela é, no passado o bairro foi cenário de filmes neorealistas, como Roma città aperta, de Roberto Rossellini, e Accattone, de Pier Paolo Pasolini.
Com o passar dos anos, essa área começou a ser habitada por estudantes originários de outras cidades e, atualmente, esse bairro multiétnico é um daqueles que ditam tendências.
Pouco presente nos clássicos guias turísticos, o bairro geralmente é sugerido para um aperitivo, mas seria uma pena chegar até lá sem saber um pouquinho mais sobre o Pigneto.
Observando o mapa de Roma, o Pigneto é uma espécie de triângulo que une Porta Maggiore, Via Prenestina e Via Casilina.
Dividido por uma linha ferroviária local, durante o dia o bairro abriga um colorido mercado de frutas e verduras na Via del Pigneto.
No final da tarde e a noite, esse calçadão transforma-se em reduto de lanchonetes gourmet, wine bars, laboratórios artísticos, livrarias alternativas e em meta de cinéfilos.
O Nuovo Cinema Aquila, antigamente território do crime organizado, foi reformado pela prefeitura e transformado em um verdadeiro espaço cultural.
Com a destruição e a fome, uma parte da população da província procurava nova sorte na capital.
O que antes era território verde e quase inexplorado, pouco a pouco foi urbanizado e muitas pessoas costruiram suas casas com as próprias mãos.
O Bar Necci, um dos mais famosos do bairro, nasceu naquele contexto no lugar onde antigamente existia um convento. Na década de 20, em pleno período fascista, o local passou a ser chamado de Bar Impero e vendia exclusivamente leite. Durante o trágico momento histórico da segunda Guerra Mundial, o bairro foi atacado por bombas e o proprietário do Bar Necci morreu bem diante de sua atividade comercial.
Mais tarde, o local foi “descoberto” por Pier Paolo Pasolini e transformado em um dos símbolos do Pigneto. O bairro serviu de cenário para um de seus filmes mais famosos: Accattone, de 1961.
Meu marido morou no bairro bem antes que ele se tornasse modaiolo (como se diz por aqui) e me conta que suas casas eram habitadas principalmente por estudantes originários de outras cidades. Hoje, apesar de muito badalado e frequentado por jovens, o local e seus arredores ainda conserva a atmosfera da periferia romana no período pós-guerra.
Por enquanto, se tiver a chance curta a agradável área ao aberto do Bar Necci dal 1924, (para um cálice de Franciacorta e uma cestinha com focaccia gastei menos de 10 euros) passeie a pé pelo Pigneto e deixe que a sua atmosfera de autêntica periferia romana conquiste você.
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