Sexto Sentido

Sobre os sacrifícios dos imigrantes italianos no Brasil

Uma família italiana. Nunca vou saber se aquele casal que abandonou o interior da Toscana em busca de um nova vida no Brasil sonhava com a possibilidade de voltar à Itália.

Quando meus bisavós chegaram ao porto de Santos, a bordo do navio Città di Genova, não existia WhatsApp, vídeo telefonema ou qualquer maneira de conexão imediata com as pessoas queridas que você deixava em outro continente. Muitas vezes se partia para não voltar nunca mais.

É verdade que o grande êxodo que caracterizou a emigração italiana do final dos século XIX/XX representou uma história coletiva, mas a gente esquece que não eram só números.

Eram histórias individuais, personalíssimas. Cada um sabe quantos calos colecionou as próprias mãos e quantas vezes o corpo vacilou, mas não recusou um trabalho, permanendo fincado a terra em vez de criar asas e voar.

Não existia tempo para desenhar e sonhar com um hipotético futuro, no Brasil ou na Itália, porque o imperativo era garantir o presente, sobreviver. Uma inteira geração de emigrantes se sacrificou pelo bem-estar daquela seguinte.

No meu caso, não sei se por mérito do destino ou de uma curiosidade que sempre esteve presente em mim, voltei aquela que foi a terra da qual partiram os meus antepassados. Não sei se tivemos vocações opostas ou complementares.

O que sei é que sou metade Brasil, metade Itália. E que sou grata per ter tido a oportunidade de saber mais a respeito de minhas raízes.

Esse ano, volto a Matera para participar da Roots-in, o primeiro evento internacional dedicado ao turismo de origens, aquele de quem retorna ao Belpaese para conhecer de perto a terra da qual partiram seus antepassados italianos. E você? É descendente de italianos

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