Aberto ao público os subterrâneos das Termas de Caracalla em Roma

Já comentei várias vezes aqui no blog que além da cidade de superfície existe uma outra Roma, aquela subterrânea, que releva em suas “camadas” as várias fases da história da capital.

Exemplos concretos de lugares que narram páginas importantes da vida em Roma são os subterrâneos da igreja de São Clemente, a Domus Aurea de Nero, as diversas catacumbas ou a cidade de água que abastece a Fontana di Trevi, só para citar alguns.

A partir de agora, os subterrâneos de outro complexo símbolo da opulência romana, as Termas de Caracalla, serão abertos ao público com direito a efeitos especiais.

Localizadas nos arredores do Circo Massimo e inauguradas em em 216 d.C, as Termas de Caracalla representam o complexo termal mais bem preservado da capital italiana.

Até a abertura das Termas de Diocleciano, as Termas de Caracalla foram os edifícios reservados para banhos públicos mais imponentes do império.

Construídas pelo imperador Marco Aurelio Severo Antonio Pio Augusto, mais conhecido como Caracalla e descendente da dinastia dos Severi, elas impressionam pela sua dimensão e riqueza de detalhes decorativos.

O complexo atinge 37 metros de altura, 406 metros de largura, era capaz de receber até 1500 pessoas e completamente revestido de mármores que com o tempo foram reutilizados para ornamentar outros monumentos de Roma.

As Termas de Caracalla não eram só um ambiente pensado para a higiene pessoal. Antes de mais nada, era um lugar pelo menos aparentemente democrático.  Os banhos tinham horários separados para homens e mulheres mas também podiam ser frequentados por escravos.

Além disso, as Termas de Caracalla eram palco de uma efervescente vida social. Era nas termas que os romanos discutiam sobre política e fechavam negócios. Os ambientes eram vanguardistas para a época e as termas possuíam piscinas quentes (Calidarium), mornas (Tepidarium) e frias (Frigidarium), além de uma piscina a céu aberto reservada para a natação.

Desde 18 de junho, graças a um restauro que custou 350 mil euros, o público poderá conhecer de perto aqueles ambientes que no passado eram frequentados por escravos: os labirintos e galerias subterrâneas que, com seus fornos, caldeiras e armazéns alimentavam as piscinas e saunas das Termas de Caracalla.

Romanos e turistas terão a chance de entender o quanto os romanos foram geniais em matéria de engenharia e para que a visita seja ainda mais espetacular, uma mostra com video- instalações intitulada O segredo do tempo (Il segreto del tempo) evocará elementos como a água, o fogo e o vento, criando um ambiente ainda mais espetacular.

A mostra acontece até dia 29 de setembro e será uma homenagem à grandiosidade romana. Pode ser visitada às segundas-feiras das 9h às 14h e de terça a domingo das 9h às 18h30. Os ingressos custam 11 euros (com direito a visita as termas e a mostra nos subterrâneos) e para chegar nas Termas de Caracalla pegue a linha B do metrô e desça na parada Circo Massimo.

Mais uma dica: Na ocasião das chamadas Giornate Europee del Patrimonio, no sábado, 21 de setembro de 2019,  das 19h30 às 22h30 será possível visitar as Termas de Caracalla pagando o ingresso simbólico de 1 euro. 

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