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Cinema du Desert. Quando você decide que pode sim mudar o mundo

Nesse período ainda difícil, gosto de trazer até vocês histórias que inspiram. Histórias de pessoas comuns que apostam na própria capacidade de transformar o mundo. De estreitar relações, de acreditar que a alegria tem ainda mais valor se compartilhada. Eles se chamam Francesca e Davide, mas poderiam ser Anna e Marco, como a famosa canção de Lucio Dalla que diz: “Anna como são tantas, Anna que gostaria de ir embora…”

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E assim eles partiram, munidos de coragem e com uma ideia aparentemente extravagante na cabeça. O casal italiano comprou um caminhão que em pouco tempo transformaram em uma casa itinerante. Até aqui, essa poderia parecer a aventura de duas pessoas dispostas a enfrentarem os desafios de uma vida itinerante, mas não é só isso.

Desde 2009, o meio de transporte onde cozinham, comem e dormem é uma máquina de sonhos. Graças a painéis de energia solar posicionados no teto do caminhão e a baterias que duram até seis horas, eles levam a sétima arte ater os cantos mais remotos do mundo. Da África até a Sibéria, passando pela Mongólia eles são os promotores do projeto intitulado “Cinema du Desert”.

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Com o financiamento obtido graças a campanhas de crowdfounding, viajam levando o cinema até os vilarejos mais isolados do planeta. Em média, exibem cerca de 40 ou 50 filmes por ano.

O primeiro filme exibido foi um documentário sobre as mudanças climáticas: Home, de Arthus-Bertrand, divulgado inicialmente em Timbuktu.

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A relação entre seres humanos e natureza é um dos temas privilegiados por Davide e Francesca, mas também não falta a exibição de desenhos animados para as crianças.

Para os moradores de lugares remotos, as projeções organizadas por Cinema du Desert são uma verdadeira descoberta e Davide e Francesca se transformam em pioneiros como foram os irmãos Lumiére. Quando os inventores do cinematografo apresentaram publicamente no Boulevard des Capucines, em Paris, a cena do trem que chegava na estação assustou os espectadores.

Algo parecido aconteceu com o casal italiano quando algumas pessoas se levantaram diante da cena de um caminhão que atravessava a estrada. E provavelmente nada paga a alegria ao e pessoas que os agradecem por ter levado até elas coisas que até então não conheciam: o mar, as grandes metrópoles.

O cinema, com seu caráter universal, se mostra capaz de superar barreiras linguísticas e culturais, aproxima as pessoas.

Com as limitações impostas pela pandemia, nos últimos anos Davide e Francesca aproveitaram para viajar pela Itália e estiveram em cidades como Ancona, Assis e Modena.

Se quiser saber mais sobre o projeto, consulte o site www.cinemadudesert.org

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