Morar na Itália. Prós e contras de um país naturalmente imperfeito
Morar na Itália ou em outros países do exterior é o sonho de muitos latino-americanos e, pelo que afirmam as estatísticas, os brasileiros não fogem à regra.
De acordo com um levantamento realizado pela empresa Hayman-Woodward, o Brasil está perdendo capital humano. Estima-se que e 2011 a 2017, o número de brasileiros que entregaram declarações de saída definitiva do país cresceu cerca de 160%.
Os Estados Unidos, o Canadá e, por familiaridade linguística e cultural, Portugal encabeçam a lista dos países queridinhos dos brasileiros. O exterior nos atrai por diversos motivos. Segurança, programas específicos para mão de obra qualificada, uma experiência nos setor do voluntariado, a chance de seguir um percurso acadêmico, novas perspectivas ou quem sabe melhorar a própria condição financeira estão entre eles.
Nesse cenário, como enquadra-se a Itália? Quais os prós e os contras dessa nação? Os temas que merecem ser aprofundados são tantos, mas nesse post reúno algumas considerações pessoais sobre cinco aspectos positivos e outros cinco pontos negativos sobre o país.
Prós
1. A beleza e a variedade das paisagens. De norte a sul do país, não há metrópole ou vilarejo que não esbanje cenários incríveis. Não por acaso a Itália é o país com o maior número de sítios tombados pela Unesco (53 em tudo) e abriga 70% do patrimônio histórico e artístico do mundo inteiro. Entre cadeias de montanhas, basílicas, parques, sítios arqueológicos, vulcões e até cidades inteiras há atrações para todos os gostos. Exemplos? A Costa Amalfitana, a Reggia di Caserta, o sítio arqueológico de Pompeia, as cidades de Ferrara e Veneza, as Cinque Terre, os trulli de Alberobello, na Puglia, Villa Adriana e Villa d´Este, em Tivoli, só para citar alguns.
2. A gastronomia. A famosa dieta mediterânea também foi classificada como patrimônio imaterial da humanidade pela Unesco e vale lembrar que 2018 é o ano internacional da comida italiana. A combinação de sabores genuínos, pratos artesanais e produtos escolhidos a dedo e cultivados localmente transformam-se em especialidades saborosas e saudáveis que garantem a longevidade da população. Nada paga prazeres como aquele de devorar um tomate que ainda tem gosto de tomate, o azeite obtido com as azeitonas colhidas pessoalmente ou um queijo feito pelas mãos de um pastor de ovelhas.
3. O Clima. Com as devidas diferenças entre o norte e o sul do país, em geral o preciso alternar-se das estações é uma das certezas que te permite curtir o melhor de cada época do ano. Depois de um inverno caracterizado por pratos suculentos e dias no aconchego do lar, é ótimo aguardar a primavera e a sua explosão de cores, planejando já a próxima gita fuori porta (passeio fora da cidade).
4. Calor humano. Amigos que moram em outros países europeus já comentaram comigo a própria perplexidade ao receber de conhecidos convites de fachada. Nem sempre um “te espero para um café” deve ser entendido ao pé da letra, como a possibilidade de um encontro iminente. Na Itália há menos formalidade. Com algumas exceções, a maioria dos italianos adora cozinhar para os amigos e recebê-los em casa, jogar conversa fora, trocar opiniões. Criar vínculos é mais fácil e demonstrações de afeto não são raras.
5. O saber viver. A maioria dos italianos sabe que o verdadeiro luxo é tratar-se bem. Isso significa dar valor a pequenas grandes coisas como encontrar tempo para esta rem família o una companhia de amigos, escolher um bom vinho para o jantar, conceder-se o prazer de um aperitivo ao aberto, contemplar a grande riqueza artística nos museus do país.
Contras
1. Desemprego. É um dado preocupante. Apesar da taxa de desemprego ter diminuído na Itália, segundo um estudo publicado recentemente (Employment Outlook), entre os o países OSCE (Organização para a Cooperação e Segurança na Europa) a performance da nação só fica atrás da Grécia, Espanha e Turquia. A grande incidência dos contratos de trabalho temporários gera insegurança e falta de confiança no futuro. Além disso, o mesmo documento sublinha que na Itália o valor do salário real também caiu em cerca de 1,1%. Entre os cidadãos com idade entre 15 e 74 anos, aqueles empregados representam cerca de 51%.
2. Disparidade de gênero. Enquanto a Islândia brilha por impor legalmente a igualdade de salários entre homens e mulheres, na Itália esse cenário está bem longe da realidade. Estima-se que entre um CEO de sexo masculino e aquele de sexo feminino exista um gap de aproximadamente 11 mil euros no holerite. A distância salarial é ainda mais evidente entre cargos mais baixos.
3. Corrupção. Essa palavra tão familiar entre os brasileiros não é uma novidade em solo italiano. De acordo com os resultados da pesquisa realizada entre 180 países pela ONG Transparency International, a Itália ocupa somente a 54ª posição entre as nações mais transparentes em termos de administração pública, partidos e política. Em 2017, a mídia nacional noticiou 776 casos de corrupção. A maior parte (111 casos) registrou-se na região da Lombardia, seguida da Sicília e do Lácio.
4. Falta de meritocracia. Se os Estados Unidos da América são associados a slogans como “a terra das oportunidades para todos”, na Itália nem sempre os princípios que inspiraram os direitos constitucionais são garantidos na prática. O esforço pessoal, a motivação e o empreendedorismo não comportam automaticamente a inclusão social e econômica. Ainda vivemos em uma sociedade com muitos privilégios para poucos. Só 18,5% dos italianos nascidos em famílias humildes chegam a conquistar um diploma universitário (dados Istat 2018).
5. Declínio demográfico. Esse é um aspecto contraditório. Se por um lado o país é muito orgulhoso de sua longevidade – existem cerca de 168,7 idosos para cada 100 jovens – por outro lado a Itália é uma nação que pelo nono ano consecutivo confirma uma queda brusca no número de recém-nascidos. Em 2017 foram cerca de 464 mil. Em termos de dinâmica social, enquanto aumenta para o estado os custos sanitários para tutelar a saúde da população idosa, a preocupação é aquela de um forte desequilíbrio geracional e previdenciário em um futuro breve.
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