Viagem para a Costa Amalfitana: todas as dicas para organizar o seu roteiro

Organizar uma viagem para a Costa Amalfitana, na região da Campânia, exige um mínimo de planejamento. Declarado patrimônio da humanidade pela Unesco desde 1997, o trecho de litoral entre Salerno e a península de Sorrento é pura poesia geográfica. São cerca de 60 quilômetros de curvas vertiginosas à beira do mar Tirreno, montanhas recobertas de limoeiros, flores que crescem espontaneamente beijadas pelo sol, vilarejos que parecem presépios circundados por águas cristalinas e cúpulas multicoloridas.

A Costa Amalfitana é como uma sinuosa sacada sob o azul intenso e às vezes é até difícil acreditar que carros em direção oposta circulem entre os estreitos zigue-zagues da estrada Statale 163, aquela entre Vietri sul Mare e Positano realizada a partir de 1832 pelos engenheiros dos Borbone, uma das mais antigas famílias reais da Europa.  Não é à toa que esse território inspirou diretores de cinema, como Roberto Rossellini, e versos de canções como Vid o mare quant´è bello… (Torna a Surriento) ou Qui dove il mare luccica e tira forte il vento… (Caruso).

Se você também sonha com uma viagem para a Costa Amalfitana, nesse primeiro post sobre a região reúno algumas dicas para você planejar melhor a sua permanência por lá.

Traduzindo: A Costa Amalfitana é composta pelos vilarejos de Amalfi, Atrani, Corbara, Cetara, Conca dei Marini, Furore, Maiori, Minori, Positano, Praiano, Ravello, Sant´Egidio del Monte Albino, Scala, Tramonti e Vietri sul Mare. As cidades mais “gettonate” (populares, badaladas) são Amalfi, Positano e Ravello, mas cada uma delas possui peculiaridades e não desapontam os turistas. Vietri sul Mare, por exemplo, é o vilarejo das cerâmicas artesanais.

Cetara é conhecida pelas anchovas de excelente qualidade. Atrani é um dos burgos mais belos da Itália. Furore abriga um fiorde banhado por águas cristalinas e escondido entre um desfiladeiro. Se o seu ponto de partida for Salerno, é importante saber que os barcos da companhia Travelmar circulam entre os vilarejos de Cetara, Maiori, Minori, Amalfi e Positano. Leia os detalhes no parágrafo Transporte ideal

É para mim?

Estive mais de uma vez na Costa Amalfitana, em diferentes períodos do ano, inclusive no outono. Assim como outros badalados destinos italianos, como Cinque Terre, é uma viagem que agrada diferentes perfis de turistas. É um paraíso para quem ama a fotografia. Pode ser a meta ideal para uma viagem romântica de lua de mel e, graças às curvas sinuosas, um sonho de consumo para motociclistas. Oferece recompensas aos paladares dos foodies e para amantes de trekking.

O chamado Sentiero degli Dei (Caminho dos Deuses), por exemplo, prevê três horas de caminhada por um percurso inesquecível. A Costa Amalfitana também satisfaz quem aprecia o turismo slow, mas exige fôlego de quem tem pouco tempo à disposição e pretende colecionar um grande número de vilarejos visitados.

Quando ir

Claro que as paisagens de tirar o fôlego são imutáveis em qualquer época do ano, mas assim como outras metas litorâneas da Itália, é importante saber que no inverno alguns hotéis fecham, não há badalação nas praias e a frequência de excursões e passeios organizados para lá também diminui. As condições meteorológicas também influem negativamente nos passeios de barco, que são suspensos no final de outubro e recomeçam em abril.

O lado bom de conhecer a Costa Amalfitana no inverno é que, para quem viaja de carro, na baixa temporada a estrada é bem menos movimentada e há mais probabilidade de estacionar sem problemas. Para mim, as melhores épocas para explorar a Costa Amalfitana são a primavera e o começo do outono, quando as temperaturas ainda são amenas e você evita a aglomeração típica dos meses de verão. Os melhores meses são maio, junho, setembro e o comecinho de outubro.

Para patrícios ou plebeus?

A Costa Amalfitana é democrática. Há espaço para todos. Você pode apreciá-la selecionando hotéis e experiências exclusivas, frequentando restaurantes top, joalherias que exibem corais raros e alugando um barco com um skipper ou compartilhar as suas belezas com outros milhares de turistas que circulam entre os vilarejos a procura de belas paisagens, que comem um sanduíche rápido e não voltam para casa sem uma garrafa de limoncello. Tudo é válido.

Transporte ideal

Avião + Carro ou Avião + Alibus + Trem

As opções e combinações possíveis são muitas. Se você optar pelo avião até Nápoles, chegando no aeroporto Napoli Capodichino você pode alugar um carro e, se desejar, fazer paradas em Pompeia ou Ercolano. De lá, siga até Salerno e explore a Costa Amalfitana sob quatro rodas ou de barco.

Se não quiser alugar um carro, do aeroporto Napoli Capodichino o chamado Alibus leva você até a estação central de Nápoles Piazza Garibaldi por 5 euros. De lá, pegue um trem até Salerno ou use a Ferrovia Circumvesuviana para chegar até Sorrento.

Nápoles + barco até Capri + barco até Sorrento

Seguindo outro itinerário, de Nápoles você pode seguir de barco até Capri (já que só os carros de moradores estão autorizados a circular pela ilha). De Capri pode fazer a travessia de barco até Sorrento com o aliscafo/jet ou a nave veloce e lá alugar um carro.

Trem + trem suburbano ou Campania Express

Se preferir a comodidade das linhas de trem na Itália, saiba que o FrecciaRossa da Trenitalia ou o trem rápido da empresa Italo levam cerca de 1h10 para percorrer a distância entre Roma e Nápoles. Para obter todas as dicas sobre a venda de passagens de trem na Itália, não deixe de ler o post Como viajar de trem pela Itália: guia prático e vocabulário útil.

Chegando na estação de Nápoles você pode alugar um carro ou utilizar as linhas de trem suburbano da ferrovia CircumVesuviana Napoli-Pompei Scavi-Sorrento. As passagens custam 3,60 euros. Os trens para Sorrento parte, quase sempre, da plataforma (binario) número 3, mas preste atenção nos letreiros para não se confundir e pegar o trem que vai até Sarno. O tempo de viagem é de cerca 1h10, mas os trens que nas tabelas são identificados com a sigla DD (diretto) não fazem todas as paradas e chegam em Sorrento em 50 minutos. Vale a pena lembrar que essa linha não tem ar condicionado nem espaço exclusivo para bagagens. Para mais informações consulte o site www.eavsrl.it

Outra alternativa é pegar o trem turístico Campania Express que une Nápoles, Ercolano, Pompeia e Sorrento. No momento da redação desse post, o preço da passagem entre Nápoles Porta Nolana/Garibaldi até Sorrento é estimado em cerca de 8 euros, só ida. Para grupos que privilegiam o conforto e a tranquilidade de um transfer privativo, o Post-Italy.com organiza esse tipo de viagem com motoristas qualificados.

Na Costa Amalfitana: carro, barco ou ônibus?

Essa é a pergunta mais frequente entre os estrangeiros que organizam uma viagem para a Costa Amalfitana. O carro é aliado de quem não renuncia à própria autonomia e não quer depender dos horários fixos do transporte de barco. Por outro lado, ficam aqui algumas considerações. Dirigir pelas estradas estreitas que unem os vilarejos da Costa Amalfitana requer habilidade e apesar da breve distância entre eles você deverá percorrê-las lentamente. Há trechos de mão única nos quais você precisará aguardar o farol verde e durante o verão poderá encontrar muito trânsito. A vantagem do carro é que com ele será mais fácil visitar Ravello sem depender do táxi ou do ônibus.

As tarifas dos estacionamentos também não são econômicas. Você pagará cerca de 3 euros por hora e na alta estação não é fácil encontrar vagas livres. A Costa Amalfitana também é percorrida pelos ônibus da Sitasud, que passam mais ou menos a cada 20 minutos, mas a desvantagem é que na alta temporada e com o calor do verão, pegar um deles exigirá tempo e paciência. Com 10 euros você pode comprar uma passagem que dura 24 horas (CostieraSita) a partir do momento que a passagem é validada e permite viagens ilimitadas entre Agerola, Amalfi, Atrani, Cetara, Conca dei marini, Furore, Maiori, Massa Lubrense, Meta di Sorrento, Minori, Positano, Piano di Sorrento, Praiano, Ravello, Salerno, Sant´Agnello, Scala, Sorrento, Tramonti e Vieti sul Mare. Para mais informações, visite a página www.sitasudtrasporti.it

Já para quem faz base em Salerno, a melhor opção são os barcos da Travelmar que partem do porto na Piazza della Concordia. Viajar pela água te dará outra perspectiva dos vilarejos e as tarifas para esse serviço são convidativas. Até eu que tenho uma “relação difícil” com barcos curti a experiência de respirar a maresia, tomar sol e ser tocada pelos jatos da água no mar na proa do barco.

Os barcos saem de Salerno e vão até Cetara, Maiori, Minori, Amalfi e Positano. De Salerno até Amalfi, por exemplo, a tarifa é de 8 euros só ida e o trajeto dura 35 minutos. Até Positano, 12 euros por pessoa. Só preste atenção porque o percurso pode ser direto ou durar mais porque o barco faz paradas intermediárias. Para consultar horários e tarifas, consulte o site da travelmar.it
Para alugar um barco com ou sem skipper, em Positano consulte os serviços da lucibello.it e as opções de passeios oferecidas pelo nosso parceiro, a Get your Guide.

Sabores imperdíveis

Ir até à Costa Amalfitana e não provar as delícias locais é um pecado grande. Reserve tempo para degustar uma autêntica caprese com mozzarella di bufala (eu sugiro aquelas da La Tramontina) no Bufala Bistrò, em Salerno (Via dei Principati, 80) ou Amalfi (Piazza dei Dogi, 26), Maiori (Corso Regina, 18), para provar o limoncello, as anchovas de Cetara, o vinho DOC Costa di Amalfi, a pasta di Gragnano e os doces à base de limão da Costa Amalfitana. Já a pensínsula de Sorrento é famosa por produzir nozes de excelente qualidade.

De olho nas festas e no calendário

Durante o verão acontecem várias festas e iniciativas na Costa Amalfitana. No Ferragosto, 15 de agosto, em Maiori é organizada a Festa di Santa Maria a Mare. Pescadores transportam a estátua da Madonna pela Scala Santa. No dia 14 de julho, em Cetara, é prevista a chamada Notte delle Lampare, um espetáculo de pesca noturna. Na primeira semana de julho, em Dragonea, que faz parte de Vietri sul Mare, acontece a Festa del Limone. Já no final de junho começa o Ravello Festival, com espetáculos de música clássica e iniciativas ligadas ao cinema e literatura.

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