Gladiador por um dia em Roma

É impossível pensar em Roma e não associar a capital italiana à figura do gladiador; naqueles que entraram para a história e nos homens fantasiados que povoam os arredores do anfiteatro oferecendo pose para fotos em troca de ricas gorjetas.

Muitos homens livres inscreveram-se voluntariamente nas escolas de gladiadores na espera de dinheiro, fama e recompensas. No entanto, o grande número de espetáculos só puderam ser organizados graças a tantos prisioneiros de guerra, escravos e condenados à morte pelo império romano.  Inicialmente os eventos eram organizados pelo Senado, que acabou delegando essa tarefa aos magistrados. As lutas entre gladiadores eram chamadas de “munera” e tinham dois significados: eram presentes para o povo mas um dever para honrar a memória dos defuntos e, em seguida, da plebe.

A origem das competições remonta aos tempos dos etruscos. Ao enterrar seus parentes, os antepassados dos romanos realizavam rituais fúnebres como lutas nas quais escravos eram sacrificados em honra ao morto. Inicialmente tratava-se de um ritual puramente religioso, com o objetivo de tranqüilizar a alma dos defuntos, mas no período republicana tais lutas deixaram de lado o espírito de sacrifício e se tornaram puro espetáculo capaz de levar multidões ao delírio.

Muitos políticos promoviam as competições para conquistar popularidade e consenso. Os jogos exigiam investimentos e quem patrocinava os torneios não economizava. Logo depois das competições o público podia servir-se em um banquete e quanto mais generosa fosse a quantidade comida, maior a probabilidade de ganhar votos.

Os torneios entre gladiadores foram um importante instrumento de propaganda política e Júlio César chegou a reunir 300 casais de escravos em um único espetáculo. No princípio os combates eram organizados no fórum – local onde era montada uma estrutura de madeira – e foi só durante a dinastia dos Flávios que teve início a construção de um anfiteatro permanente, o Coliseu.

Existem alguns mitos envolvendo a figura dos gladiadores. Ao que tudo indica, não é verdade que os duelos acabassem, obrigatoriamente, com a morte de um dos gladiadores Os organizadores dos torneios recorriam a empresários, que eram proprietários de escolas de gladiadores, e não era conveniente perder um gladiadores depois te ter investido tempo e dinheiro em sua preparação física. Também não existem provas que o destino de um gladiador dependesse do sinal do polegar para cima ou para baixo realizado pelos imperadores.

Investir na preparação de gladiadores tornou-se um negócio rentável e em 73.a.C o prisioneiro de guerra  Espártaco liderou uma verdedeira rebelião contra esse sistema. Ele incitou os membros da escola de gladiadores de Cápua e chegou a ameaçar a República. A maior academia de gladiadores (Ludus Magnus) foi construída pelo imperador Domiciano e uma galeria unia o local com a arena do Coliseu.

Nos dias de hoje, a iconografia e a história dos gladiadores continua fascinando o mundo inteiro. Nos finais de semana, não é raro sair pelas ruas da capital e cruzar com grupos romanos que fazem questão de manter viva a figura do gladiador.

Nem todo mundo sabe que na capital, na famosa Via Ápia, fica a sede da associação Grupo Storico Romano, que em parceira com a Scuola Gladiatori Roma organiza cursos diários ou semanais que ensina as técnicas utilizadas pelos gladiadores. A associação é muito conhecida na capital porque, periodicamente, promove acampamentos e encontros entre seus membros, apaixonados pela história de Roma, e já colaborou várias vezes com um famoso  programa de TV italiano dedicado à divulgação histórica e científica. 

É possível reviver a atmosfera de Roma há mais de 2 mil anos, vestir armaduras, simular competições e descobrir os segredos de uma disciplina antiga e que também pode ser praticada por mulheres. A escola organiza programas de treinamento personalizados e também oferece a possibilidade de viistar o seu museu histórico. Você pode reservar esse passeio com a Get your guide, parceira desse site.

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