Pedalando na Via Appia Antica

Com o clima agradável da primavera, muitos romanos aproveitam para curtir a vida ao ao livre e um dos passeios típicos, aos domingos, é pedalar pela Via Appia Antica. A Via Ápia é uma das principais estradas da Antiga Roma e a sua construção teve início em 312 a.C. Entenderam agora porque Roma é considerada a cidade eterna?

Por volta de 190 a.C, a estrada que, incialmente, estendia-se até Cápua foi prolongada até Brindisi, no território que costumamos chamar de “o calcanhar da bota”. Assim, a Via Appia atingiu nada menos que 600 quilômetros de extensão, unindo a capital ao lado oriental do império romano. A Via Appia Antica também foi palco de importantes fatos históricos. Por ela circularam o ditador Lucio Cornelio Silla, o imperador Augusto e São Paulo, que foi acompanhado até Roma, como prisioneiro, em 56 d.C.

Impossível separar a história da Via Appia Antica daquela da perseguição aos cristãos. No Império Romano, o número de deuses adorados era tão vasto quanto a sua como sua diversidade de línguas e cultura e, entre os cristãos, era comum reunir-se em galerias subterrâneas para evitar acusações e maledicências.

Ao longo da Via Ápia também encontra-se a pequena igreja de “Domine Quo Vadis”. Esse lugar de culto indica o local no qual São Pedro teria encontrado Cristo no momento no qual fugia de Roma para tentar evitar a perseguição de Nero. Em 1988 a Via Appia Antica integrou o chamado “Parco Regionale dell’Appia antica”, uma área de 3500 hectares que estende-se de Roma até as cidades de Ciampino e Marino.

Apesar do passar dos anos, a Via Appia Antica ainda mantém o típico calçamento do período imperial, formado por sólidas rochas de basalto que os romanos chamam de “selciato”.

Claro que caminhar sobre esse tipo de pavimentação não é simples como percorrer o asfalto, mas mesmo com o passar dos séculos o “selciato” é mais uma prova da habilidade dos romanos.

Ao longo da Via Appia Antica encontramos monumentos importantes como as catacumbas de San Callisto e de San Sebastiano, esta última conhecida por abrigar a “Triclia”, sala reservada para banquetes fúnebres com diversos grafites dedicados a São Pedro e Paulo.

Na beira da estrada também situam-se túmulos de diversas famílias e cemitérios subterrâneos porque, por lei, na Roma Antiga era proibido enterrar os mortos dentro do chamado “pomerium”, ou seja, o limite sacro da cidade. Percorrendo a Via Appia Antica você poderá cruzar com maravilhas como o imponente mausoléo da nobre romana Cecilia Metella, os restos da villa do imperador Marco Aurelio Valerio Massenzio e o antigo complexo termal do sítio arqueológico de Capo di Bove, entre outras atrações.

Para explorar a Via Appia Antica, sugiro o aluguel de uma bicicleta. A empresa Get your Guide, parceria do Post-Italy, organiza um tour de bicicleta que dura três horas e vai até a Appia Antica. Você pode consultar a página com todas as informações sobre esse passeio aqui.

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