O Abruzzo é, injustamente, uma das regiões da Itália menos promovidas no exterior. Talvez porque a maioria dos estrangeiros associe e procure no país os seus tesouros artísticos e arquitetônicos das chamadas città d‘arte, deixando em segundo plano as suas riquezas paisagísticas.

Nos títulos da mídia especializada em turismo, o Abruzzo geralmente fica em surdina, até que alguma personalidade internacional como Madonna ou o secretário de estado americano, Mark Pompeo, descubram e divulguem suas origens italianas no Abruzzo.

Se você ama o contato com a natureza, gostará de saber que 30% do território dessa região é protegido por leis de tutela ambiental.

O Abruzzo tem três parques nacionais, um parque regional e várias reservas naturais. Por isso é considerada uma das áreas mais “verdes” da Europa.

Na região do Abruzzo encontramos vales, montanhas solitárias atravessadas por pastores de ovelhas e no passado percorridas por peregrinos e eremitas.

Ali também há vilarejos construídos com casas de rochas, grandes planícies habitadas por lobos e cervos, lagos, gente silenciosa, ligada às próprias origens e a valores essenciais como a terra, à família.

Viajamos com frequência para o Abruzzo e em uma de nossas últimas passagens por essa parte da Itália fomos até Villetta Barrea, que é considerada a porta de entrada do Parco Nazionale d’Abruzzo, Lazio e Molise.

Villetta Barrea é um vilarejo de menos de 700 habitantes na província de L’Aquila, aos pés do Monte Mattone. É a clássica cidadezinha de província onde os moradores se conhecem por nome e quase todo mundo é parente.

Brincadeiras à parte, para quem vive em cidade grande e está acostumado ao ritmo de uma metrópole pode ser difícil “entrar” na lógica de um piccolo paese italiano.

Só para vocês terem uma ideia, tivemos um problema com o carro e fomos até a oficina mecânica do vilarejo quando era quase hora do almoço. Fomos obrigados a esperar que o mecânico fizesse a sua longa pausa, preparando o seu próprio almoço completo em casa (leia-se primeiro prato, segundo prato…)

A cidadezinha é antiga, construída por volta de 1300 aos pés de um castelo cuja torre foi restaurada e fica em seu centro histórico.

A graça de Villetta Barrea está em sua paisagem. Do alto de sua praça principal você encerga o lago que a circunda, o Lago di Barrea, circundado por ciclovias e percursos de trekking.

Nos arredores de Villetta Barrea e de Civitella Alfedena também fica a chamada Camosciara, um parque onde a natureza selvagem exibe o melhor de si. O lugar foi batizado assim porque ali ficam dezenas de “camosci” (camurças jovens), e você pode percorrer o parque a pé, seguindo o percurso de seus riachos e pequenas cachoeiras, a bordo de um trenzinho ou a cavalo. Quem curte também pode aproveitar e fazer um piquenique em áreas reservadas aos turistas.

Villetta Barrea é o lugar ideal para quem quiser viver a chance de estar a contato direto com a natureza, avistar animais selvagens, fazer caminhadas e viver o ritmo lento de uma cidadezinha de província.

Justamente por tratar-se de uma área protegida, você não encontrará por lá grandes estruturas hoteleiras. Você pode passar um final de semana na região, hospedando-se em lugares como o hotel Il Lavatoio, em Castel di Sangro, no Villino Quintiliani, em Pescasseroli, ou em outra graciosa cidade de lago, Scanno.

Villetta Barrea fica a cerca de 170 km de Roma e para chegar lá você pode alugar um carro com o nosso parceiro, a Rentcars.

Para programar a sua viagem pela região do Abruzzo, não deixe de ler os posts:

Rocca Calascio. Um dos castelos mais lindos do mundo fica no Abruzzo, Itália

L’Aquila quase 10 anos depois do terremoto. A capital dos Abruzzo entre passado e futuro

Ovindoli: esquiar na Itália curtindo muito e gastando pouco

Mergulhando no verde-esmeralda do Lago Sinizzo, nos Abruzzo

Entre horta e cozinha o renascimento depois do terremoto nos Abruzzo

Vasto,  mar, arquitetura e beleza inesperada na região Abruzzo

Costa dei Trabocchi. A beleza primordial das palafitas de pesca