Vasto,  mar, arquitetura e beleza inesperada na região Abruzzo

O que ver na região Abruzzo? Algumas das melhores experiências de viagem acontecem quando a gente menos espera. Confesso que não tinha muitas expectativas quando, durante a nossa viagem pelo Abruzzo, de San Vito Chietino, na chamada Costa dei Trabocchi, decidimos esticar até Vasto.

Se Abruzzo é um nome que não te soa familiar, vale a pena saber que essa região fica no centro/sul do país e que, geograficamente, está entre o mar Adriático e os Apeninos.  Suas paisagens são ásperas, em alguns lugares quase selvagem, e alternam praias com montanhas de tirar o fôlego.

Só para você ter uma ideia, o Abruzzo possui três parques nacionais e alguns dos cumes de montanha mais altos da Itália como o Corno Grande del Gran Sasso e o Massiccio della Majella.

E não é só isso: 36% de seu território é protegido por tutela ambiental. O que isso significa? Para o turista, representa a chance de um contato direto com a natureza nua a e crua. Não por caso, a região é muito frequentada por amantes de trekking.

Esse mix de paisagens e a forte ligação de seus moradores com a terra e a pastorícia também tem reflexos na culinária local, que une tradições camponesas e marítimas.

Pratos típicos do Abruzzo são espetinhos de carne de ovelhas, caldo de peixe, spaghetti alla chitarra (macarrão fresco preparado em um cortador antigo de madeira. Eu tenho um deles em casa e se quiser saber mais sobre esse utensílio, assista o vídeo Descobrindo lugares incríveis na Itália – Viagem pelo Abruzzo, no nosso canal no YouTube.

Vasto, especificamente, fica na província de Chieti e é uma cidade que me surpreendeu pela sua riqueza arquitetônica e paisagens marítimas. Chegando lá, a primeira impressão que tive é que tratava-se de uma cidade similar a muitas outras. Isso porque estacionamos na parte mais moderna de Vasto e ainda não tinha visto o seu centro histórico.

Atravessando a Piazza G. Rossetti,ponto de encontro para um happy-hour, para começar você dá de cara com o imponente Castello Caldoresco, construído em 1427.

A cidade também fica o Palazzo d’Avalos, hoje um museu cívico com jardins monumentais dos quais você, em dias ensolarados, pode ver até as ilhas Tremiti, na região da Puglia. E por falar em vista, na parte mais antiga de Vasto fica a Loggia Amblingh, o lugar ideal para fotos incríveis da costa.

Circulando pelas ruas e becos do centro histórico a gente cruza com sacadas floridas e portais de antigas igrejas que hoje parecem emoldurar o mar. É o caso, por exemplo, das ruínas da Chiesa di San Pietro.

Só no centro da cidade ficam quatro igrejas que merecem uma visita: a Cattedrale di Santa Maria, a Concattedrale di San Giuseppe, a Chiesa del Carmine e a Chiesa di San Pietro in Sant’Antonio.

Nós passeamos pelo centro histórico e almoçamos pratos a base de peixe no restaurante Il Re Pescatore (Corso Dante, 56). Para degustar um misto de culinária de mar e montanha, prove o prato de macarrão tipo cavatelli com lagostim, creme de curry e trufas negras (10 euros o prato).

Depois de explorar Vasto aproveitamos para conhecer a praia de Punta Penna, que faz parte d  Riserva Naturale di Punta Arderici. A praia é selvagem e ao contrário de muitas outras do litoral italiano, é uma spiaggia libera, ou seja, não há necessidade de pagar por guarda-sol e espreguiçadeira para curti-la.

Nos arredores do porto de Punta Penna também fica o Trabocco Trimalcione, a estrutura de madeira usada para pescar sem a necessidade de sair em alto mar e que hoje funciona como restaurante.

Vasto me ensinou que há sempre algo a ser descoberto se concedermos espaço ao imprevisto. Afinal, não é para nos surpreendermos que a gente viaja?

Para descobrir o que você pode ver nos arredores de Vasto leia os posts e assista o vídeo:

Costa dei Trabocchi. A beleza primordial das palafitas de pesca

Roccascalegna, o castelo italiano suspenso no céu

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