Erice, cidade medieval na Sicília
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Erice, a cidade do vento, dos doces e set cinematográfico por natureza

Sempre gostei da ideia de viajar no inverno para lugares tradicionalmente conhecidos como metas de verão. Pode parecer estranho, mas conhecer o lado menos óbvio e a dimensão não turística de uma cidade é uma chance de conferir a rotina de seus moradores, a vida de todos os dias.

Erice, Sicília

Estive em Erice, na Sicília, em pleno inverno e foi uma experiência e tanto. Situada no topo de um monte, a cerca de 800 metros de altitude, a cidade fica nos arredores de Trapani.

Erice, Sicília

As estatísticas oficiais afirmam que Erice possui cerca de 27 mil habitantes (no verão muito mais), mas confesso que ao colocar os pés lá a minha primeira sensação foi aquela de encontrar um burgo fantasma. 

Erice, Sicília

Chegar lá já foi uma aventura, percorrendo uma subida estreita e repleta de curvas estreitíssimas que coloca até os estômagos mais resistentes à dura prova. Na verdade, a maneira mais fácil de chegar até a cidadezinha é pegar a funivia, o bondinho para até oito pessoas que em cerca de 10 minutos une Trapani e Erice e que oferece uma vista panorâmica que alcança até as ilhas Egadi.

Erice, Sicília

O preço de ida e volta é de 9 euros, mas o problema é que por causa do vento fortíssimo e por questões de segurança, há dias em que a funivia não funciona, principalmente no inverno. Chegando na área reservada ao estacionamento e percorrendo suas ruas medievais recobertas pela névoa das primeiras horas da manhã, me senti como no em um set cinematográfico de Cinecittà.

Erice, Sicília

Suas origens datam dos séculos VIII a VI a.C e seu primeiro nome foi Eryx, como o filho de Afrodite e do rei local, Butes. Como muitas cidades medievais, a cidade é protagonista de diversas lendas.

Erice, Sicília

Nessa cidade sobre um penhasco, Eryx teria erguido um local de culto dedicado à própria mãe e deusa da fertilidade, a Vênus de Erice. O templo a céu aberto situava-se no lugar onde atualmente encontra-se o castelo normando, um monumento com uma vista de tirar o fôlego.

Erice, Sicília

Depois dos gregos, Erice foi território dos árabes, que a chamaram de Gebel-Hamed, e pelos normandos, que trocaram o seu nome para Monte San Giuliano. Foi durante o fascismo que Mussolini, avesso a palavras estrangeiras, adotou o seu atual nome.

Erice, Sicília

Sua principal porta de entrada é a Porta Tapani e Erice ainda conserva intactos cerca de 800 metros de muros medievais. Passeando por lá você cruzará com igrejas dos séculos XIII, XIV e XV, como o seu Duomo com um campanário usado como torre de observação pelos aragoneses.

Erice, Sicília

Entrando em seus becos e percorrendo as suas ruas de paralelepípedos Erice começa a ganhar vida e a revelar quintais escondidos, casas com pátios internos (também herança dos árabes), o fascínio de janelas barrocas e uma atmosfera quase mística.

Erice, Sicília

Para buscar abrigo do frio, fizemos uma pausa no Caffè San Giuliano (Via G.F. Guarnotta, 11) e fomos recebidos com toda a hospitalidade siciliana pelo Salvatore. Um bom bate papo acompanhado por porções de “genovesi”, doces típicos da cidade, recheados de creme cobertos de açúcar de confeiteiro, nos renderam ótimas lembranças.

Erice, Sicília

Com a influência gastronômica dos árabes, Trapani é famosa pelo cuscuz com pescado e Erice pelos seus doces a base de pasta de amêndoas.

Erice, Sicília

Para quem procura lembrancinhas da cidade, além das graciosas peças de cerâmica realizadas artesanalmente e pelo “vento de Erice” rigorosamente engarrafado (LOL), não deixe de fazer expedições gastronômicas pelas melhores docerias da cidadezinha.

Erice, Sicília

A mais conhecida é aquela de Maria Grammatico (Via Vittorio Emanuele, 14), uma insituição me Erice com suas vitrines que exalam aromas como aquele de ricota, marzipã, amêndoas e canela. Mas ela não é a única a não decepcionar.

Erice, Sicília

Outros lugares imperdíveis em Erice são a Antica Pasticceria del Convento (Via Gian Filippo Guarnotti, 1) e a Pasticceria San Carlo, também na Via Guarnotti. Atrás de um balcão, uma senhora de idade fará você provar delícias como cannoli, cassate, doces a base de licor, suspiros, buccellati de figos, genovesi calde e os chamados dolci di badia ou frutta martorana, perfeitas reproduções de frutas.

Nossa última parada foi o castelo de Erice e uma ventania tão forte que foi quase difícil continuar a bater fotos. Tentava chegar ao carro, mas o vento parecia me segurar ao chão. Quase como um último abraço antes de uma sofrida despedida.

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