A arte imita a vida. A perfeição do Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci
O que o contagiante gol de Richarlison durante o jogo da Copa do Mundo contra a Sérvia tem a ver com uma das obras mais famosas de Leonardo da Vinci? L’uomo vitruviano, como é chamada em italiano, é a perfeita união simbólica entre arte e ciência.
Vitrúvio foi um genial arquiteto militar, autor da obra De Architectura. Se trata do tratado mais antigo sobre essa disciplina, composto por dez livros.
É um texto fundamental porque não inclui só informações sobre a engenharia romana, mas conceitos sobre harmonia e beleza que influenciaram os grandes arquitetos do Renascimento.
Suas teses sobre a relação entre as proporções perfeitas da arquitetura e do corpo humano inspiraram Leonardo da Vinci.
Um de seus conceitos fundamentais é a chamada Tríade Vitruviana — a noção de estabilidade, utilidade e beleza (firmitatis, utilitatis, venustatis) que se unem indissoluvelmente para criar algo belo, em harmonia com a natureza.
Se pudéssemos resumir, simetria e proporcionalidade fazem toda a diferença em uma obra.
No Homem Vitruviano, a figura traçada por Leonardo da Vinci reproduz a noção do homo quadratus — a figura com os braços e pernas estendidos e posicionados no interior de círculo e de um quadrado. Ele captura a perfeição das proporções humanas. Repare que o dedo está para a palma da mão como esta, para o cotovelo.
Simples e ao mesmo tempo extraordinariamente complexa, assim como a sua visão de um corpo humano como expressão máxima do próprio Cosmos. Genial como a contorção aparentemente natural, mas calculada, que só um craque pode assumir antes de um gol.