Passeando entre as fontes de Roma
A gente sabe. Tudo aquilo que foi construído em Roma, seja por ordem de um imperador, de uma família nobre ou Papa, deveria surpreender. Exaltar a sua grandeza, a sua potência. Pontes, arenas, colunas, aquedutos, termas e, é claro, fontes. Vistosas, imponentes e famosas ou discretas e quase escondidas, elas são parte imperdível da arquitetura da cidade eterna. E descobri-las é uma experiência culturalmente enriquecedora.
Fiquei pensando. Quais são as minhas fontes preferidas em Roma? E juro que foi difícil criar uma lista reduzida. Então pensei em publicá-las em uma galeria de imagens. Obviamente, não são todas as fontes da capital. Me conte, qual delas você já teve o prazer de visitar ou fotografar?
A Fontana del Babuino, que fica na rua homônima, ao lado da igreja de Sant’Atanasio dei Greci e da cafeteria Canova Tadolini, foi realizada no século XVI e representa um Sileno, um personagem da mitologia grega e romana e um dos seguidores de Dionísio. Para os romanos, a e estátua foi considerada feia e semelhante a um macaco. Por isso ela começou a ser chamada de fonte do babuíno.
A Barcaccia é a protagonista de uma das praças mais famosas de Roma, a Piazza di Spagna. Ela foi construída por Pietro Bernini (pai de Gianlorenzo) por ordem do papa Urbano VIII. Para realizar a obra ele teria se inspirado em um barco que teria afundado depois da enchente do rio Tibre, em 1598. Na verdade, a fonte na forma de um barco tem as laterais baixas por uma necessidade técnica. Naquele ponto da praça a pressão da água que chega do aqueduto da Acqua Vergine é menor.
A Fontana di Piazza Campo de’ Fiori realizada em 1924 foi colocada ali para substituir uma fonte que antes ficava no centro da praça, no lugar onde hoje está o monumento dedicado a Giordano Bruno, e que foi transferida para a Piazza dela Chiesa Nuova e chamada de Fontana della Terrina (foto nesse post). Ela lembra a forma de uma sopeira.
A Fontana dela Pigna (à esquerda) fica bem próxima ao Altare dela Patria. No alto, à direita, uma grande máscara decora a fonte presente no cortile da igreja de Santa Sabina, no bairro Aventino, uma das zonas mais tranquilas da cidade. No quadro abaixo, à direita, a Fontana del Mascherone na Via Giulia.
Ela dispensa apresentações. A Fontana di Trevi foi pensada pelo arquiteto Nicola Salvi, que participou do concurso lançado pelo Papa Clemente VII em 1732, mas só foi finalizado 30 anos mais tarde pelo jovem artista Giuseppe Pannini. A fontana é alimentada por um dos mais antigos aquedutos romanos e a sua construção envolveu diversas anedotas. Os romanos afirmam que, durante a sua construção, Nicola Salvi era incomodado por um barbeiro que trabalhava ali pertinho, na Via della Stamperia, um sujeito que palpitava e criticava sempre os progressos da obra. Para se vingar, o arquiteto colocou um grande vaso de mármore travertino no muro que circunda a fonte (foto acima), na esquina com Via della Stamperia. O vaso, mais conhecido como ‘ás de copas’, atrapalhava assim a visão do inimigo barbeiro.
Na linda Piazza Navona fica a Fontana dei Quattro Fiumi ou Fonte dos Quatro Rios, idealizada por Gianlorenzo Bernini. Ela representa os rios dos quatro continentes conhecidos na época de sua construção. O Nilo, para a África, o Ganges para a Ásia, o Danúbio para a Europa e o Rio de la Plata para as Américas.
Na Via dele Quattro Fontane, as quatro fontes que decoram as esquinas dos cruzamentos de duas ruas. As figuras femininas representam ou a Força e a Fidelidade ou as deusas Diana e Giunone. Aquelas masculinas os rios Tibre e Arno.
Na zona do antigo gueto judaico da capital ficam duas cenográficas fontes. A Fontana del Pianto, na Piazza dele Cinque Scole, foi erguida por ordem do papa Gregorio XIII para que os judeus também pudessem se refrescar com a água. Já a Fontana dele Tartarughe ou Fontana di Piazza Mattei, foi pensada por Giacomo della Porta e concludída em seguida por Bernini, que acrescentou a ela as tartarugas. Uma crença popular narra que o duque Mattei, proprietário do edifício de frente para a fonte, ordenou a sua construção e realização em uma só noite. Isso porque queria surpreender o futuro sogro, que se recusava a lhe conceder a mão de sua filha. Chamou o sogro e a futura esposa para contemplarem o espetáculo e, em seguida, fechou para sempre a janela, para que ninguém tivesse mais aquele privilégio.
A Fontana del Tritone é uma obra-prima de Gianlorenzo Bernini na Piazza Barberini realizada em mármore travertino para o Papa Urbano VIII Barberini. Note o brasão da poderosa família Barberini, com as três abelhas.
Os romanos costumam chamar essa praça com o seu antigo nome, Piazza Esedra, porque apresenta a forma de uma êxedra que fazia parte das Termas de Diocleciano. A Piazza dela Repubblica foi construída no período de renovação da capital depois da unificação da Itália. No centro dela dica a Fontana delle Naiadi, com quatro ninfas nuas, de bronze. Cada uma está deitada sobre um animal aquático. O cavalo-marinho simboliza os oceanos. Uma cobra d´água, os rios. O cisne lembra os lagos a e lagartixa os rios subterrâneos. A figura central é o deus marinho Glauco e faz uma alusão ao homem que derrotou as forças hostis da natureza.
A Fontana dele Tiare é aquela que fica ao lado das colunas que Gianlorenzo Bernini projetou na Praça de São Pedro. Se você observá-la bem, notará que ela é decorada com uma iconografia papal, as chaves de São Pedro, o brasão de Roma e aquele do bairro onde fica, o Rione Borgo. A foto central é da fonte próxima à Piazza della Repubblica e aquela à direita fica no gracioso Borgo Pio, nos arredores do Vaticano.
Fontanella del Facchino (na Via Lata), era considerada uma das sete estátuas falantes de Roma, junto aquela de Pasquino, ali ao lado do Consulado geral do Brasil em Roma. Foi realizada por volta de 1590 e alguns históricos dizem que, provavelmente, foi desenhada por Jacopino del Conte e realizada por Michelangelo. Representa, provavelmente, um carregador de um barril de água.
Na esquina entre a Via Leonida Bissolati e a Via Friuli, próximo à embaixada dos Estados Unidos da América em Roma, a Fontana Sallustiana é uma fonte mais recente, de 1927, realizada pelo escultor Antonio Mariani. Dois anjos seguram uma rede repleta de conchinhas e nas extremidades ficam as figuras de dois golfinhos.
Antes de se perder entre os becos de Trastevere, não deixe de contemplar a grande fonte realizada em 1613 que incialmente ficava na Via Giulia. Foi construída por ordem do Papa Paolo V Borghese.
Ali pertinho da Bocca della Verità, diante da igreja de Santa Maria in Cosmedin, fica a Fontana dei Tritoni.
Ali na frente do Panteão, ela sempre foi refúgio para os turistas que observam o vai e vem na Piazza dela Rotonda. Começou a ser construída a partir de 1575.
Aquela diante da Chiesa Nuova, na praça homônina, que lembra uma sopeira.
Outra fonte que decora a lateral da Praça Navona é a Fontana del Moro, bem em frente à Embaixada brasileira em Roma. Do lado oposto fica a Fontana del Nettuno.
O Fontanone ou Grande Fonte é aquele que você pode visitar depois te ter explorado o Gianicolo. Cenário ideal para casais apaixonados, já foi tema de música, como aquela de Antonello Venditti, Quanto sei bella Roma.
As fontes da Piazza Farnese decoram a praça que leva o nome de uma das famílias que fizeram a história da capital e cujo protagonista é o edifício que hoje é a sede da embaixada francesa em Roma.
A fonte da Piazza Colonna foi construída por Giacomo della Porta por ordem do Papa Gregorio XIII com mármore grego chamado de “porta santa” porque o mesmo material também foi empregado nos batentes da porta vaticana.
A fonte que fica no centro da praça foi desenhada por Giuseppe Valadier, que ordenou a construção de uma base quadrada com cinco degraus ao redor do obelisco que decora a Piazza del Popolo.
E, para finalizar, não poderia deixar de citar os nasoni ou narigões, as bicas de água espalhadas por toda a cidade que garantem água potável a romanos e turistas durante o ano todo.
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