
Palazzo Barberini: quando a arte era em 3D e não sabíamos
O Palazzo Barberini e a sua Galleria Nazionale d´Arte Antica é um dos lugares de Roma que planejava visitar há muito tempo.
Trabalhei ali pertinho por quase dois anos e passei na frente do edifício inúmeras vezes.
Em todas aquelas ocasiões me sentia culpada porque ainda não tinha explorado uma das coleções de arte mais importantes da capital italiana.
Meu pecado foi absolvido no verão passado, quando finalmente dediquei um sábado inteiro a uma visita ao palácio.
O edifício fica em uma rua muito frequentada por turistas, a Via delle Quattro Fontane, aquela das quatro fontes restauradas recentemente pela Maison Fendi, ali pertinho da Piazza Barberini e do Quirinale, a casa do presidente da República italiana.
O palácio que leva o nome de Maffeo Barberini – Papa com o nome de Urbano VIII – é maravilhoso internamente e externamente.
Sei que é fácil recorrer a superlativos quando o tema de um post é Roma, mas vai por mim, esse é um passeio que não te decepcionará.
O pontífice queria construir uma residência para a sua família e o arquiteto escolhido para a conclusão do projeto foi Carlo Maderno, também autor da fachada da famosa Basílica de São Pedro.
Maderno morreu antes que o palácio estivesse pronto e, na sua ausência, dois grandes nomes italianos da arquitetura e escultura levaram adiante o projeto: Bernini e Borromini.
Todas as salas merecem ser admiradas, mas a espaço mais suntuoso é o Gran Salone; ambiente com um teto ricamente decorado por afrescos de Pietro da Cortona. Essa obra é considerada uma das mais importantes da pintura barroca.
Quando chegamos lá é impossível renunciar ao ritual de deitar-se em um dos bancos espalhados pela sala e contemplar toda a sua beleza.

Fotos: A. Santucci
“Suas figuras parecem ter sido realizadas em 3D”, foi o que minha filha de onze anos exclamou ao admirar o afresco.
Entre as pinturas, algumas da sobras mais importantes expostas no palácio são La Fornarina – a mulher amada por Rafael – as telas de El Greco e Filippo Lippi, o retrato de Beatrice Cenci – morta na praça de Ponte Sant´Angelo por ter assassinado o próprio pai, além de obras de Caravaggio.
Pessoalmente, a minha tela preferida é San Francesco in meditazione. Esse quadro pertencia a igreja de San Pietro, em Carpineto Romano (Província de Roma), cidade natal de meu marido.
Na arquitetura do palácio, o destaque é a escada elíptica desenhada por Borromini; uma réplica da chamada Scala del Mascarino localizada no interior do Quirinale.
A atração que gostaria de ter visto mas que, infelizmente, só abre em ocasiões extraordinárias, com a presença de um guia, é o Mitreo Barberini.
Antes que o Cristianismo se afirmasse como a religião do império, em Roma existia o culto de diversas divinidades pagãs, como Mitra.
O Mitreo Barberini é um templo dedicado a Mitra, cujo culto teve início em 1200 a.C. O ambiente mantém quase intactas suas pinturas e decorações. A mais famosa é a morte de um touro.
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