
Panicale, o vilarejo da Úmbria de belezas naturais e artísticas
Se você observar bem a região da Úmbria no mapa poderia pensar, erroneamente, que ela é só um lugar de passagem.
Essa parte da Itália central, de dimensões geograficamente modestas para os padrões brasileiros, possui apenas duas províncias (Perugia e Terni), mas é um concentrado de atrações, monumentos e paisagens.
De um lado, tem a tranquilidade típica das zonas bucólicas ligadas a tradições rurais, como a produção de azeites, embutidos como aqueles de Norcia e vinhos de excelência, como o Sagrantino, de Montefalco.
Por outro, a sofisticação e o charme das chamadas città d’arte e vilarejos medievais como Spello, Bevagna, Rasiglia, Spoleto, Gubbio e Orvieto, só para citar algumas. Mas também não é só isso.
É uma terra mística, de personalidades como São Francisco de Assis e São Bento de Norcia, e de peregrinos, como aqueles que se dirigem até Cássia. E para completar a Úmbria também é dona de cenários como os campos recobertos pelas floradas das lentilhas de Castelluccio di Norcia, o Lago Trasimeno ou pelas cachoeiras do parque Cascate delle Marmore.
Sendo assim, a escolha de dedicar a ela apenas um dia de seu roteiro pode parecer um sacrilégio. Nessa região ficam alguns dos vilarejos mais belos da Itália e sempre que posso organizo um passeio para explorá-los.
Durante o último verão estive em Panicale, na província de Perugia, que é uma meta perfeita para quem curta o slow travel e quer viver a experiência de passar um dia em uma cidadezinha de província. Quem passa por lá de vez em quando é o cantor Ed Sheeran, que comprou uma “villa” em uma cidade a menos de 5km de lá, em Paciano.
Estive lá em um sábado ensolarado, quando em Panicale acontecia uma feirinha e a cidade estava repleta de turistas de várias partes do mundo.
A cidade fica na província de Perugia e em seu centro histórico vivem cerca de 200 habitantes. Graças a sua posição estratégica, na fronteira com a Toscana, Panicale é considerado um terraço natural com vista para o Lago Trasimeno e as suas três ilhas. Para saber mais, não deixe de ler os posts A magia das festas em Castiglione del Lago e Isola Maggiore. A Ilha de 15 habitantes e da poesia no Lago Trasimeno.
Percorrendo estradas bucólicas para chegar até lá, você notará que Panicale é circundada por parreiras, oliveiras e bosques de azinheiras.
O nome da cidade provavelmente deriva de Pancolis, lugar onde é cultivado o “panico”, no Brasil conhecido com o nome de Panicum Virgatum e que é retratada no brasão da cidade. É um vilarejo cercado por muralhas medievais e possui duas portas de acesso a um castelo: Porta Perugina e Porta Fiorentina.
Olhando a cidade do alto é possível notar que suas ruas são distribuídas em círculos concêntricos e que Panicale possui três praças: Piazza Umberto I, onde concentram-se os palácios símbolos do poder, Piazza San Michele, centro religioso, e Piazza Masolino, caracterizada pelo Palazzo del Podestà.
É incrível pensar que difíceis momentos históricos como aquele que enfrentamos foram parte do passado de muitas gerações. Em Panicale, a igreja de São Sebastião foi erguida no século XV, graças a comunidade local, para abrigar vítimas da peste.
Ela conserva um afresco de Pietro Vannucci, mais conhecido como Perugino, e outro atribuído a ninguém menos que Rafael: Madonna col Bambino incoronata da due angeli in volo e tra quattro angeli musicanti. Ele foi realizzato entre 1502 e il 1506 para a igreja de e, em seguida, transferido para aquela de São Sebastião para que pudesse ser bem conservado. Naquela época, Rafael encontrava-se em Perugia para decorar a Cappella San Severo.
O vilarejo também é a terra natal de Boldrino da panicale, líder militar italiano, senhor de Civitanova Marche e de outros feudos vizinhos que serviu ao papa Urbano VI.
A cidade coleciona cantinhos cenográficos e descobri-los é um grande prazer. Quando visito um “borgo” ou vilarejo não gosto de seguir à risca nenhum itinerário. Deixo que o intuito fale mais alto. E dificilmente me decepciono.
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